O Ministério de Assuntos Exteriores do Reino Unido chamou hoje para consultas o embaixador do Zimbábue em Londres, order Gabriel Mharadze Machinga, para buscar explicações sobre a detenção de um grupo de diplomatas britânicos e americanos no país africano.
O chefe da diplomacia britânica, David Miliband, assegurou que se trata de “um incidente grave” que tem que se “levar a sério”.
“Este tipo de intimidação é algo que é sofrido diariamente, especialmente por aqueles que estão trabalhando em grupos opositores”, disse Miliband em uma declaração à imprensa.
O ministro britânico confirmou que quatro diplomatas, “devidamente credenciados”, foram retidos em um controle policial no Zimbábue.
“Fico feliz de dizer que todos eles estão sãos e salvos, ilesos e que o incidente não teve uso de violência”, acrescentou.
Segundo Miliband, o ocorrido é “uma janela a algumas vidas que, em alguns casos, são marcadas pela intimidação brutal, pela tortura e, como em 53 casos que foram documentados nas últimas semanas, pela morte”.
Miliband insistiu na importância de que a comunidade internacional desempenhe seu papel garantindo que o segundo turno das eleições presidenciais do Zimbábue, em 27 de junho, conte com “observadores internacionais, devidamente credenciados”.
A Casa Branca qualificou hoje o ataque aos diplomatas americanos no Zimbábue de “degradante” e de “totalmente inaceitável”, e exigiu hoje que o Governo do país africano “explique suas ações”.
“É degradante e estamos entrando em contato com as autoridades do Zimbábue acerca deste assunto. É totalmente inaceitável”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança americano, Gordon Johndroe.
“O regime de (Robert) Mugabe não só tem que explicar esta ação, mas também é hora que interrompa a violência, deixe entrar observadores eleitorais e de direitos humanos e permita que haja eleições livres e justas”, afirmou Johndroe.
Fontes oficiais confirmaram no Zimbábue que os diplomatas, que averiguavam a violência política no Zimbábue, foram detidos por forças de segurança próximo à capital Harare e libertados pouco depois de serem interrogados em uma delegacia.
Segundo a embaixada dos Estados Unidos em Harare, forças da Polícia, do Exército e um grupo dos chamados “veteranos de guerra” da independência do Zimbábue detiveram os diplomatas em uma blitz em Bindura, a 80 quilômetros ao norte de Harare.