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Reino Unido fecha acordo de ‘tarifa zero’ para produtos farmacêuticos com EUA

Acordo prevê incremento de 25% no investimento em medicamentos pelo NHS e dá às empresas britânicas tratamento comercial mais favorável que UE e Suíça

Redação Jornal de Brasília

01/12/2025 16h07

Foto: Saul Loeb / AFP

Foto: Saul Loeb / AFP

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (1º) que isentarão de tarifas alfandegárias os produtos farmacêuticos britânicos, em troca de um aumento de 25% no gasto destinado a medicamentos do país.

Esse acordo concede às empresas do Reino Unido um status comercial mais favorável que o de parceiros como a União Europeia (UE) e a Suíça, cujos produtos devem ser tributados em 15%.

Em troca, o governo britânico aceitou aumentar o gasto destinado a alguns dos medicamentos financiados por seu sistema público de saúde (o NHS), a pedido de Washington.

O governo britânico anunciou que “investirá cerca de 25% a mais em tratamentos inovadores, seguros e eficazes, o que representa o primeiro aumento importante em mais de duas décadas”.

O NHS “poderá aprovar medicamentos que proporcionem melhorias significativas para a saúde, mas que anteriormente poderiam ter sido rejeitados unicamente por motivos de rentabilidade”.

Os Estados Unidos esperam que esse aumento da receita fora do país permita que seus laboratórios reduzam os preços elevados no mercado doméstico.

O representante da Casa Branca para o Comércio (USTR), Jamieson Greer, afirmou em um comunicado que “o acordo tem como objetivo garantir que os pacientes americanos não paguem seus medicamentos a preços elevados para subsidiar a saúde em outros países desenvolvidos”.

Segundo o comunicado da Casa Branca, Londres se compromete a não compensar o aumento de preços de determinados medicamentos por meio de uma redução aplicada a outros produtos do catálogo dos laboratórios farmacêuticos.

Os medicamentos britânicos ainda não estavam sujeitos às tarifas alfandegárias dos Estados Unidos, cuja entrada em vigor havia sido suspensa.

Donald Trump habitualmente ameaçava impor tarifas para pressionar as empresas do setor a instalar fábricas nos Estados Unidos e reduzir o preço dos medicamentos no país.

Vários gigantes do setor já assinaram acordos de isenção com a administração americana, incluindo os britânicos AstraZeneca e GSK.

Ambos os grupos anunciaram investimentos de vários bilhões de dólares nos Estados Unidos, onde se comprometem a reduzir seus preços em troca da isenção de direitos alfandegários.

Esse acordo entre Londres e Washington sobre o setor farmacêutico sucede o tratado comercial que entrou em vigor há alguns meses, limitando a 10% a maior parte das tarifas americanas aplicadas aos produtos britânicos.

Os preços dos medicamentos nos Estados Unidos estão entre os mais altos do mundo e superam os praticados em países vizinhos e na Europa.

AFP

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