Pelo menos 58 cabeças de gado morreram e quase 3 mil seguidores retidos em um navio procedente do Uruguai ao qual a Turquia impede o desembarque, afirmou nesta sexta-feira (14) a Animal Welfare Foundation (AWF).
As autoridades turcas alegam falta de certificados sanitários, mas as uruguaias negam isso e atribuem o impasse a um problema comercial.
“Os documentos judiciais revelam detalhes alarmantes. 58 cabeças de gado morreram durante a travessia do Uruguai à Turquia. (…) Pelo menos 140 vacas pariram a bordo”, declarou a AWF em comunicado.
“Os recém-nascidos vivos se encontram em condições difíceis”, em “um local superpovoado”, afirmou a ONG.
Especificou que é “muito provável que a maioria dos bezerros esteja morta”.
A AWF pediu às autoridades turcas o desembarque imediato dos animais, mas afirmou que não recebeu resposta.
Os meios de comunicação turcos, entre eles o site HaberDenizde, registram um odor pestilento ao redor do navio.
Os exportadores contestaram a decisão das autoridades veterinárias turcas e iniciaram processos judiciais.
Os cerca de 3 mil bovinos procedentes do Uruguai estão há três semanas bloqueados no cargueiro em frente às costas da Turquia devido à falta de certificados sanitários e comerciais em conformidade, informaram as autoridades turcas na quarta-feira.
No entanto, um responsável do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai garantiu que não se trata de um problema sanitário, mas de um litígio comercial.
O cargueiro “Spiridon II”, que partiu de Montevidéu em 19 de setembro, está ancorado diante do porto de Bandirma (oeste da Turquia) desde 21 de outubro, segundo havia informado na quarta-feira à AFP o serviço de comunicação do governo turco.
“Foi apresentado um pedido de importação em 21 de outubro ao posto de controle veterinário do porto de Bandirma para a entrada de 2.901 cabeças de gado procedentes do Uruguai, em nome de 15 empresas”, explicou o governo em um comunicado.
“As inspeções revelaram que alguns animais não tinham brincos nem chips de identificação eletrónica, e que 469 não coincidiam com as listas fornecidas”, acrescentou.
“Devido a essas irregularidades, a entrada da carga no território nacional foi negada”, indicou.
Por outro lado, Marcelo Rodríguez, diretor de Serviços Pecuários do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, disse à AFP que “não há um problema sanitário”.
De acordo com a AWF e a ONG francesa Robin des Bois, a carga foi destinada aos mercados da Turquia e do Oriente Médio, incluindo Israel.
AFP