O presidente russo, Vladimir Putin, assinou nesta segunda-feira (27) uma lei que encerra um acordo – de fato já obsoleto – entre Rússia e Estados Unidos sobre o reprocessamento de plutônio, cujo objetivo era impedir que ambas as partes fabricassem mais armas nucleares.
O acordo sobre a gestão e o tratamento do plutônio (PMDA, na sigla em inglês), assinado em 2000 e modificado em 2010, comprometia ambos os países a reprocessar suas reservas de plutônio provenientes da Guerra Fria para convertê-lo em combustível que pudesse ser utilizado na energia nuclear destinada à produção de eletricidade.
Cada parte se comprometia a reciclar 34 toneladas de plutônio. Uma quantidade que, segundo estimaram os responsáveis americanos, eliminaria o material necessário para produzir cerca de 17.000 armas nucleares.
No entanto, em 2016, Putin ordenou por decreto a suspensão da participação da Rússia, em um contexto de deterioração das relações com os Estados Unidos durante a presidência de Barack Obama (2009-2017).
A lei assinada nesta segunda-feira pelo líder russo, aprovada em outubro pelos deputados russos, constitui uma “denúncia” formal do pacto.
Os líderes ocidentais acusam Moscou de usar a ameaça nuclear desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Poucos dias após o início da ofensiva, Putin colocou as forças nucleares russas em estado de alerta máximo e, em 2024, assinou um decreto que reduzia o limite para o uso de armas nucleares.
No domingo, o mandatário russo anunciou que Moscou havia realizado com sucesso um teste final de seu novo míssil de cruzeiro com propulsão nuclear Burevestnik.
AFP