Assad pediu, perante as 22 delegações dos países árabes, apoio total “ao Sudão nesta etapa”, em referência à ordem de detenção emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o presidente sudanês, Omar al-Bashir, por supostos crimes de guerra e de lesa-humanidade.
O presidente sírio acrescentou que a ordem emitida pelo TPI é “uma das fases para dividir o Sudão, com o objetivo de enfraquecê-lo e obter suas riquezas”.
Assad, que interrompeu seu discurso por vários minutos, porque os membros de algumas delegações não tinham ocupado seus assentos e os fotógrafos o impediam de ver os outros presentes, insistiu em que a atuação do tribunal internacional era uma intromissão nos assuntos internos de um país soberano.
Além disso, justificou a não aceitação da decisão do tribunal, ao garantir que não se pode respeitar a lei internacional quando esta não emerge dos pactos internacionais.
Em seu discurso, que começou uma hora depois do previsto, o presidente sírio – anfitrião da cúpula passada – pediu também para se esquecer as diferenças e solucionar os conflitos através do diálogo.
Diante dos líderes árabes, com a ausência dos chefes de Estado do Egito, Argélia e Marrocos, declarou que, sem solidariedade, qualquer decisão tomada não tem valor.
Em seu discurso, também criticou Israel e inclusive pediu o bloqueio à iniciativa árabe de paz até que o Estado judeu mude de atitude.
Em seguida, o anfitrião do encontro, o emir do Catar, Hamad bin Khalifa al-Thani, que hoje mesmo assumiu a Presidência da Assembleia de Chefes de Estado da Liga Árabe, fez uma chamada para revisar o sistema financeiro internacional.
Advertiu das adversas consequências para o mundo árabe e seu desenvolvimento da atual crise econômica mundial, que colocou em xeque “a fragilidade do sistema financeiro”.
“Devemos estar prontos para enfrentar seus efeitos”, disse o emir do Catar, acrescentando que “a crise torna necessária uma drástica revisão do sistema financeiro mundial para encontrar um mais confiável”.
Também pediu que o mundo árabe vigie “a tendência” do novo Governo israelense e seus efeitos sobre a segurança na região, mas defendeu não suspender o atual processo de paz no Oriente Médio, baseado em uma solução de dois Estados, o israelense e o palestino, ao contrário das declarações de Assad.