A saída de Kadafi, sobre a qual não houve explicações oficiais, aconteceu após uma discussão entre ele e o emir do Catar, Hamad bin Khalifa al-Thani, depois que interveio para pedir a reconciliação com o rei saudita.
Fontes da Liga Árabe no Catar disseram à Agência Efe que Kadafi foi para o aeroporto, mas versões da rede catariana “Al Jazira” indicavam primeiro que o líder líbio foi ao museu de arte islâmico em Doha e depois a sua residência nessa cidade.
Quando o emir do Catar falava da participação do rei Abdullah bin Abdelaziz da Arábia Saudita na cúpula do Grupo dos Vinte (G20, países ricos e principais emergentes) esta semana, em Londres, como representante dos árabes neste encontro, Kadafi o interrompeu para pedir desculpas ao monarca saudita.
“Pelo meu respeito à umma (nação), considero que o problema pessoal com você (em referência ao rei saudita) acabou. Estou disposto a lhe visitar, e você vem me visitar”, disse Kadafi em seu discurso, reproduzido parcialmente pelo sistema interno de televisão.
Ao começar a falar, o presidente líbio não utilizou a palavra “rei” quando se dirigiu ao monarca saudita, portanto, o emir do Catar o interrompeu, pedindo que respeitasse a ordem de discursos dos presentes.
Na cúpula árabe de 2003, que aconteceu em Sharm el-Sheikh, Kadafi criticou a família real saudita e a acusou de ser “agente da ocupação”.
Como reação, Abdullah bin Abdelaziz, que então era príncipe herdeiro saudita, acusou Kadafi de ter chegado ao cargo com a ajuda dos poderes coloniais.
Em consequência, a Arábia Saudita pediu a retirada do embaixador líbio em Riad, e retirou seu embaixador em Trípoli.