Menu
Mundo

Pontificado de Leão XIV faz sua primeira nomeação de um bispo chinês

Na China vivem cerca de 12 milhões de católicos, divididos desde os anos 1950 entre uma Igreja oficial, controlada por Pequim, e uma Igreja clandestina

Redação Jornal de Brasília

11/06/2025 16h46

Foto: Paul Suncion/Andina/AFP

Foto: Paul Suncion/Andina/AFP

O Vaticano anunciou, nesta quarta-feira (11), a primeira nomeação de um bispo chinês desde o início do pontificado de Leão XIV, em uma demonstração da vontade do papa de continuar com o acordo alcançado pela Santa Sé e a China em 2018, muito criticado.

Na China vivem cerca de 12 milhões de católicos, divididos desde os anos 1950 entre uma Igreja oficial, controlada por Pequim, e uma Igreja clandestina que permaneceu fiel a Roma.

O acordo, cujo conteúdo não foi divulgado, busca reunir os católicos chineses concedendo ao papa a última palavra sobre a nomeação dos bispos.

O acordo foi renovado pela última vez em outubro de 2024, por quatro anos. No entanto, sua implementação tem gerado controvérsias em alguns setores, e nomeações foram feitas sem autorização do sumo pontífice.

A Santa Sé expressou sua “satisfação” ao ver que as autoridades chinesas reconheceram a nomeação de Giuseppe Lin Yuntuan, de 73 anos, como bispo auxiliar de Fuzhou (capital da província chinesa de Fujian), realizada em 5 de junho pelo papa americano.

“Este acontecimento constitui um novo fruto do diálogo entre a Santa Sé e as autoridades chinesas e uma etapa importante no caminho comunitário da diocese”, afirmou o Vaticano em um comunicado.

No final de abril, no período entre a morte do papa Francisco e a eleição de Leão XIV, Pequim realizou a “eleição” de dois bispos nas dioceses de Xangai e Xinxiang, o que foi interpretado como uma iniciativa do Partido Comunista da China para aproveitar o vazio institucional em Roma e consolidar sua dominação sobre os católicos do país.

O acordo tem sido muito criticado na Igreja, especialmente pela ala mais conservadora, e há quem veja nele um controle por parte de Pequim sobre os católicos da China, em um contexto de restrição da liberdade religiosa.

Com esta nomeação, Robert Francis Prevost, escolhido em 8 de maio, demonstra sua vontade de continuar com o pacto, apesar das críticas.

A Santa Sé e a China não têm relações diplomáticas oficiais porque o Vaticano faz parte da dezena de Estados que reconhecem Taiwan como um país independente, algo que Pequim rejeita.

© Agence France-Presse

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado