Um homem de 37 anos e um adolescente de 17 foram detidos acusados de terem relação com o assassinato de um agente cometido na segunda-feira à noite e que foi atribuído ao IRA de Continuidade, capsule uma dissidência do Exército Republicano Irlandês (IRA), segundo informou hoje a Polícia.
O agente, identificado como Stephen Paul Carroll, de 48 anos, foi baleado na segunda-feira à noite na localidade de Craigavon, sul da província, enquanto investigava a denúncia de uma mulher sobre uma atividade suspeita na região.
Segundo a agência britânica “Press Association” (“PA”), Carroll foi baleado na nuca por um homem que atirou pela janela traseira da patrulha policial na qual estava e que não era identificada como um veículo das forças de segurança.
Na hora do ataque, o agente estava com outros dois colegas membros de um grupo de apoio tático da Polícia da Irlanda do Norte (PSNI) encarregado de oferecer cobertura a dois policiais locais.
Aparentemente, o grupo demorou uma hora para entrar no bairro, tentando constatar se não estavam se expondo a uma armadilha ou a um tiroteio.
Quando os dois policiais locais já tinham saído do carro para investigar a denúncia da mulher, um homem deu dois disparos contra o vidro traseiro e matou Carroll, que se aposentaria em dois anos.
Os dois suspeitos, detidos na mesma localidade de Craigavon, no condado de Armagh, estão sendo interrogados pelas autoridades.
Além disso, as forças de segurança revistaram pelo menos dois imóveis na zona residencial vizinha de Drumbeg, supostamente por terem relação com a morte de Carroll, segundo a emissora pública britânica “BBC”.
O ministro britânico para a Irlanda do Norte, Shaun Woodward, disse hoje que os assassinos “não têm o poder de deter o processo de paz”, em entrevista coletiva às portas do castelo de Hillsborough, sua residência oficial na província, após reunir-se com os ministros irlandeses de Exteriores e Justiça, Michael Martin e Dermot Ahern.
Woodward assegurou que existe entre a população norte-irlandesa “uma determinação de aço” para manter o processo político, e afirmou que Londres fará de tudo para prender os assassinos.
Os três destacaram que os atentados não farão com que nem o Reino Unido nem a Irlanda deixem de lado sua vontade de aplicar os acordos de paz, e ressaltaram a unidade mostrada até agora pelos partidos da Irlanda do Norte.
As detenções foram realizadas depois que o IRA de Continuidade enviou à agência local “Press Association” (“PA”) uma mensagem codificada na qual assumia a autoria do ataque.
O policial morreu 48 horas depois que dois soldados britânicos foram assassinados na Irlanda do Norte em um ataque do IRA Autêntico, outra organização dissidente do Exército Republicano Irlandês.
No tiroteio, o companheiro do agente falecido ficou ferido, segundo as forças da ordem.
A esposa do policial morto, Kate Carroll, expressou hoje sua dor pela perda: “Tiraram um bom marido e destruíram minha vida”, disse.