O petróleo subiu nesta quinta-feira (14) na véspera de uma reunião no Alasca entre Donald Trump e Vladimir Putin que será acompanhada de perto pelos operadores.
O preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em outubro avançou 1,84%, a 66,84 dólares.
Seu equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate para entrega em setembro, ganhou 2,09%, a 63,96 dólares.
“O mercado está (…) muito nervoso”, comentou à AFP Stephen Schork, do The Schork Group.
“Há, em particular, algumas preocupações sobre o que [o presidente dos Estados Unidos] Donald Trump vai dizer”, avaliou o analista.
Trump ressaltou nesta quinta-feira que apenas uma cúpula tripartite que incluísse também seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, poderia selar um acordo de paz na Ucrânia, e reiterou que seria necessário “dividir” territórios.
A reunião com Putin “prepara o segundo encontro, mas há 25% de probabilidade de que (…) não seja bem-sucedida”, declarou Trump à Fox News Radio.
No dia anterior, ele havia advertido que a Rússia enfrentaria “consequências muito graves” se não aceitasse pôr fim à guerra, sem entrar em detalhes.
“Alguns operadores temem que, se o encontro não correr bem, vejamos sanções mais severas sobre o petróleo russo, privando assim o mundo desse petróleo ou tornando muito mais difícil seu acesso ao mercado”, sublinha Stephen Schork.
Isso impulsionaria mecanicamente os preços do ouro negro para cima, já que Moscou é um dos principais exportadores mundiais de petróleo.
Trump já havia ameaçado aplicar tarifas sobre produtos provenientes de países que compram petróleo russo, citando especificamente a Índia.
De modo geral, “as expectativas para a reunião [de sexta-feira] mudam quase de hora em hora”, destaca Arne Lohmann Rasmussen, da Global Risk Energy, o que torna muito incerta a evolução de curto prazo dos preços do petróleo.
Ao mesmo tempo, os investidores esperam um excedente de produção de petróleo nos próximos meses. O relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) publicado na quarta-feira prevê que serão geradas reservas significativas de petróleo até o fim do ano e em 2026.
Destaca-se, em particular, uma produção mais abundante dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), que elevaram suas cotas nos últimos meses.
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