O partido político do prefeito de oposição de Maracaibo, a segunda maior cidade da Venezuela, rejeitou sua prisão, nesta quarta-feira (2), ao considerar que “não há nenhuma justificativa”.
Rafael Ramírez, de 49 anos e eleito em 2021, foi detido pelos serviços de inteligência na véspera.
“Rejeitamos a detenção do prefeito de Maracaibo (…), quando desempenhava atos inerentes à sua carga”, escreveu seu partido, Primero Justicia, em comunicado. “Não há nenhuma justificativa para isto ocorrido”, acrescentou.
Ramírez foi levado à sede local do serviço de inteligência (SEBIN), acrescentou o partido.
“Desconhecemos os detalhes sobre a sua condição, bem como as razões que motivaram este procedimento violatório dos nossos princípios consagrados na Constituição”, acrescentou a organização política, que processou a sua “libertação imediata”.
As autoridades ainda não se pronunciaram sobre o assunto.
O prefeito foi detido junto com seu chefe de segurança e outra funcionária de seu gabinete, informou uma fonte à AFP.
Maracaibo é a capital do estado petrolífero de Zulia (oeste, na fronteira com a Colômbia), que tem o maior eleitorado do país e é um reduto tradicional de oposição.
Sua prisão ocorreu em meio à crise política desencadeada após uma questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro, cenário como fraude pela oposição, que reivindicou a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia, exilado na Espanha após o Ministério Público abrir uma investigação contra ele.
As forças da oposição informaram que 154 líderes foram presos desde o início do ano, incluindo membros da equipe de campanha de González e colaboradores próximos da líder opositora María Corina Machado.
Mais de 2.400 pessoas foram detidas no âmbito das manifestações que eclodiram após a proclamação da reeleição de Maduro, que deixaram 27 mortos e cerca de 200 feridos, segundos dados oficiais.
© Agence France-Presse