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Mundo

Papa denuncia ‘inferno’ dos campos de detenção de migrantes na Líbia

Durante a missa, o papa argentino falou “da violência” sofrida pelos migrantes

Redação Jornal de Brasília

08/07/2020 10h29

Foto: AFP

O papa Francisco denunciou “o inferno” que se vive nos campos de detenção de migrantes na Líbia, durante uma missa celebrada no Vaticano, para recordar sua visita há sete anos à ilha italiana de Lampedusa.

“A guerra é ruim, sabemos, mas vocês não imaginam o inferno que se vive lá, nesses campos de detenção” da Líbia, afirmou, lembrando-se dos relatos dos migrantes durante sua visita a essa ilha, ponto de chegada à Europa para muitos migrantes que deixam o norte da África.

Durante a missa, celebrada na capela Santa Marta e com um número limitado de participantes, devido à pandemia de coronavírus, o papa argentino falou “da violência” sofrida pelos migrantes.

“Penso na Líbia, nos campos de detenção, nos abusos e na violência que os migrantes sofrem, nas viagens de esperança, nos resgates e nas rejeições”, afirmou.

O chefe da Igreja Católica convidou autoridades e católicos a “fazerem um exame de consciência” e denunciou a “versão destilada” que chega ao mundo do sofrimento vivenciado pelos migrantes.

“Lembro-me daquele dia (…) Alguns me contaram suas próprias histórias, o quanto sofreram para chegar ali. E havia intérpretes. Alguém me contava coisas terríveis em seu idioma, e o intérprete parecia traduzir bem; mas o primeiro falou muito, e a tradução foi breve”, contou Francisco.

“Quando cheguei à casa à tarde, na recepção, havia uma senhora que era filha de etíopes. Ela entendia o idioma e assistiu ao encontro pela televisão. E ela me disse isso: ‘Desculpe, o que o tradutor lhe disse não é nem um quarto da tortura, do sofrimento que eles experimentaram’”, acrescentou.

“Eles me deram a versão ‘destilada’. Isso está acontecendo hoje com a Líbia: nos dão uma versão ‘destilada'”, lamentou.

Em 8 de julho de 2013, poucas semanas após sua eleição para o trono de Pedro, Francisco fez sua primeira viagem fora do Vaticano à pequena ilha de Lampedusa, no sul da Itália. Lá, denunciou a “globalização da indiferença” diante do drama da imigração.

© Agence France-Presse

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