Os países ricos teriam de doar anualmente, seek decease aos países em desenvolvimento, pill uma quantia entre US$ 25 bilhões e US$ 70 bilhões, além do que já doam, para que sejam atingidas as chamadas Metas de Desenvolvimento do Milênio na área da saúde, afirmou hoje um estudo do Banco Mundial.
O crescimento da população global já supera as metas estabelecidas para 2015 pelo Grupo dos Oito (G8). O Banco Mundial estima que ela chegue a 7,5 bilhões de pessoas até 2020 e a 9 bilhões de pessoas até 2050. "Embora as taxas de natalidade estejam caindo, como ainda há tantas mulheres em idade fértil, os nascimentos não vão começar a cair antes de 2030, portanto, em números absolutos, ainda haverá muito mais gente nascendo", disse George Schieber, um dos co-autores do relatório.
"Conforme as populações envelhecem, há mais gente em grupos muito caros de idosos e de doenças não transmissíveis, e isso vai pressionar bem mais o sistema de saúde", afirmou Schieber. Os sistemas de saúde no mundo todo já enfrentam dificuldades com o aumento dos custos para lidar com o HIV/Aids e com a possibilidade de uma pandemia de gripe aviária, disse o estudo.
Mas, sozinhas, as mudanças demográficas dos próximos 20 anos já significam que a maioria dos países terá aumentos anuais de 2 a 3 por cento nos gastos de saúde, segundo o relatório. "Pelo menos nas doenças transmissíveis há métodos baratos de prevenção e tratamento", disse Schieber. Os governos terão problemas para atender o aumento na demanda causado pelo crescimento populacional. O texto citou programas do Fundo Monetário Internacional (FMI) que impedem que países gastem mais com saúde e com a contratação de mais profissionais da área.
Por causa das mudanças demográficas, os gastos com saúde devem crescer até 14 por cento na Europa e na Ásia Central nos próximos 20 anos, 45 por cento no Sudeste Asiático, 47 por cento na América Latina e no Caribe, 52 por cento na África subsaariana e 62 por cento no Oriente Médio e no norte da África, mostrou o estudo.
As doações feitas por governos, entidades multilaterais de fomento e fundações privadas subiram de US$ 6 bilhões, no fim dos anos 1990, para US$ 10 bilhões em 2003, mas apenas metade desses recursos chega aos orçamentos dos países, sendo que o restante vai para consultorias e para a administração.
"O financiamento por doadores é volátil e imprevisível. É preciso mudar a maneira como prestamos assistência, se queremos que ela seja eficaz", disse Pablo Gottret, outro co-autor do relatório. "É importante determinar prioridades". Ruanda, por exemplo, conta atualmente com mais de 50 doadores no setor de saúde, que financiam várias iniciativas concorrentes e tiram os poucos especialistas em saúde do setor público. "São programas muito bons que estão competindo entre si em vez de colaborar", disse Gottret, que chegou de Ruanda na semana passada.