O prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz anunciou hoje que a comissão da ONU presidida por ele e encarregada de definir soluções à crise sugerirá que 1% do valor dos pacotes de resgate dos países ricos seja concedido às nações em desenvolvimento.
“A comissão vai recomendar que pelo menos 1% dos pacotes de resgate que os países industrializados estão aplicando seja destinado às nações em desenvolvimento”, healing afirmou Stiglitz em discurso na sessão especial do Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O especialista considerou 1% do pacote americano, de US$ 787 bilhões, “muito pouco”.
“E dividido entre todos os países pobres será menos ainda, mas é mais do que nada”, acrescentou o economista.
Stiglitz justificou sua sugestão afirmando que o mundo “não vai conseguir uma recuperação da economia se uma grande parte dos países permanecer frágil”, e citou as nações em desenvolvimento, as quais chamou de “vítimas inocentes”.
“A ajuda aos países em desenvolvimento é imperativa”, ressaltou o economista americano, que explicou que é preciso explorar uma ampla variedade de possibilidades inovadoras para ajudar financeiramente as nações menos industrializadas.
Isso estará refletido no relatório da comissão de especialistas da ONU, que deverá definir em profundidade como sair da crise e evitar outras no futuro.
O grupo de especialistas se reuniu na segunda e na terça-feira em Genebra, e espera apresentar um relatório preliminar nas próximas semanas, antes da cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países mais ricos e principais emergentes) em Londres, no dia 2 de abril.
Segundo o prêmio Nobel de Economia, o G20, e, especialmente, os Estados Unidos, não cumprem as promessas de evitar o protecionismo.
Stiglitz se mostrou muito pessimista com a situação atual, pois assegurou que “o sistema estará destruído por vários anos”, e considerou que não estão sendo tomadas as medidas necessárias evitar isso.
“As respostas têm que ser globais, mas as decisões políticas são tomadas em nível nacional”, acrescentou.
Além disso, criticou a incoerência de “socializar as perdas e privatizar o lucro”, em referência aos resgates de bancos que especularam e faturaram graças ao risco e que agora “são salvos com o dinheiro do contribuinte”.