O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve adotar uma resolução vinculativa nesta semana que exigiria que as nações impedissem seus cidadãos de viajarem para se unirem a organizações terroristas. A medida faz parte do esforço internacional liderado pelos Estados Unidos contra o que o governo do presidente Barack Obama chama de ameaça “inédita” de extremistas no Iraque e na Síria.
Autoridades norte-americanas elogiaram a decisão do conselho – que, segundo eles, vem sendo negociada há meses – como um passo significativo na sua estratégia contra o Estado Islâmico e outras organizações militantes que atraem europeus e norte-americanos para dentro de sua zona de influência. Mas reconheceram que a resolução da ONU não possui meios para ser aplicada e que a comunidade internacional sequer tem uma definição do que constitui um grupo terrorista.
“Isso foi projetado para meio que elevar a natureza coletiva da ameaça”, uma autoridade de alto escalão do governo Obama disse a um grupo de repórteres nesta segunda-feira, sob condição de anonimato.
Os EUA e diversos países europeus já têm leis que permitem a instituição de processos legais contra cidadãos que viajam para se unirem a grupos extremistas. A resolução da ONU tem como objetivo motivar outros países, como a Arábia Saudita, o Catar e a Turquia, a intensificarem seus esforços para evitarem o fluxo de combatentes estrangeiros. O texto também deve facilitar a troca de informações sobre viagens internacionais e outros dados que permitam o rastreamento de possíveis recrutas, disseram as autoridades.
Segundo os oficiais, a movimentação de cerca de 15 mil militantes estrangeiros para a guerra civil na Síria – com seus efeitos colaterais no Iraque – representa um “fluxo inédito”, que cria um risco crescente dessas pessoas retornarem a seus países de origem para realizarem ataques terroristas.
Eles estão particularmente preocupados com uma organização de membros de alto escalão da Al-Qaeda chamada Khorasan, que supostamente estaria recrutando ocidentais para atacarem aviões norte-americanos com a ajuda de fabricantes de bombas iemenitas. Além disso, existe a ameaça da presença de estrangeiros dentro do Estado Islâmico, incluindo o militante com sotaque britânico que apareceu em vídeos nos quais assassina dois jornalistas e um voluntário.
Obama deve presidir a reunião do Conselho de Segurança que terá início nesta quarta-feira. Está será a segunda vez que um presidente dos EUA lidera um encontro da organização. Fonte: Associated Press.