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Mundo

ONG afirma que El Salvador utiliza sistema penal contra dissidência

Nos últimos meses, foram detidos no país diversos ativistas de direitos humanos, críticos do presidente Nayib Bukele

Redação Jornal de Brasília

30/09/2025 22h22

Foto: Presidência de El Salvador / AFP

Foto: Presidência de El Salvador / AFP

A organização Anistia Internacional afirmou nesta terça-feira (30) que El Salvador utiliza o sistema penal como “arma” para punir a dissidência.

Nos últimos meses, foram detidos no país diversos ativistas de direitos humanos, críticos do presidente Nayib Bukele e do regime de exceção vigente desde março de 2022 para combater a violência das gangues.

“Em vez de fazer justiça imparcialmente, o sistema penal em El Salvador se tornou uma arma para punir a dissidência e sufocar o espaço cívico”, disse Ana Piquer, diretora para as Américas da Anistia Internacional, em comunicado.

“Defender hoje os direitos humanos ou protestar pacificamente pode custar a liberdade”, advertiu Piquer.

Em maio, a advogada Ruth López, chefe da unidade anticorrupção da renomada ONG Cristosal e crítica do governo, foi detida ao ser acusada pelo Ministério Público de enriquecimento ilícito.

Em 1º de julho, a Anistia Internacional declarou como “presos de consciência” Ruth López, o advogado ambientalista Alejandro Henríquez e o líder campesino José Ángel Pérez, estes últimos também presos desde maio.

Além disso, o advogado constitucionalista Enrique Anaya, outro crítico de Bukele, a quem classifica de “ditador”, foi detido em junho acusado de lavagem de dinheiro.

A ONG assinalou que “documentou” que “as autoridades têm usado tipos penais amplos e ambíguos”, como o crime de integrar “agrupamentos ilícitos” ou “organizações terroristas”, para “criminalizar líderes comunitários, sindicalistas e defensores do território e do meio ambiente”.

Na semana passada, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) ordenou medidas cautelares para Ruth López e Enrique Anaya, ao considerar que se encontram “em uma situação de gravidade e urgência”, e que seus direitos “à vida, à integridade pessoal e à saúde correm risco de dano irreparável”.

© Agence France-Presse

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