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Mundo

OMS diz que não há evidência de que mercado de Wuhan foi epicentro da pandemia

Também não foi possível identificar a fonte animal específica da transmissão de coronavírus para humanos

Redação Jornal de Brasília

09/02/2021 7h43

Passengers wear facemasks as they form a queue at the Wuhan Wuchang Railway Station in Wuhan, early on April 8, 2020, as they prepare to leave the city in China’s central Hubei province. – Thousands of Chinese travellers flocked to catch trains leaving coronavirus-ravaged Wuhan early April 8, as authorities lifted a more than two-month ban on outbound travel from the city where the global pandemic first emerged. (Photo by NOEL CELIS / AFP)

Ana Estela de Sousa Pinto
Bruxelas, Bélgica

Não há informação suficiente para estabelecer que o epicentro da pandemia de Covid-19 tenha sido o mercado de frutos do mar de Huanan, local do primeiro grupo conhecido de infecções na cidade chinesa de Wuhan, afirmou nesta terça (9) a comissão comandada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para pesquisar a origem do Sars-Cov-2.

A equipe chegou em 14 de janeiro à cidade de Wuhan, onde o coronavírus foi identificado pela primeira vez, no final de 2019 e, depois de duas semanas de quarentena, visitou o mercado de Huanan, entre outros locais, e reuniu-se com especialistas do Instituto de Virologia de Wuhan, que pesquisa o novo coronavírus.

De acordo com Ben Embarek, especialista em segurança alimentar e doenças animais da OMS e presidente da equipe de investigação, os resultados trouxeram mais detalhes sobre a origem da pandemia, mas “não mudaram substancialmente as hipóteses originais”.

Também não foi possível identificar a fonte animal específica da transmissão de coronavírus para humanos.

Segundo Liang Wannian, chefe do painel de especialistas Covid-19 na Comissão Nacional de Saúde da China, as linhagens já sequenciadas em morcegos e pangolins, apontados como as mais prováveis origens do Sars-Cov-2, não são suficientemente similares ao patógeno para garantir essa associação.

Além disso, a alta suscetibilidade de visons e gatos ao coronavírus indica que outras espécies também possam ser reservatórios do vírus que se disseminou depois na pandemia.

Ben Embarek disse também que foram feitas pesquisas em várias espécies animais e não foi constatada contaminação relevante que permitisse especificar um hospedeiro original.

De acordo com Liang, sequenciamentos mostram que o Sars-Cov-2 estava circulando algumas semanas antes que os casos começassem a ser relatados em Wuhan, mas a revisão de dados e amostras de hospitais, bancos de sangue e centros de vigilância sanitária da região não indicam que o patógeno tivesse contaminado humanso antes de dezembro de 2019.

O chefe do painel de especialistas chinês afirmou que a revisão dos dados de mortes por pneumonia, tanto em Wuhan quanto na província de Hubei, de junho a dezembro de 2019, não mostram evidência de transmissão do Sars-Cov-2 na população antes de dezembro de 2019.

De acordo com Ben Embarek, especialista em segurança alimentar e doenças animais da OMS e presidente da equipe de investigação, as investigações mostram que havia circulação do Sars-Cov-2 em outros locais além do mercado de frutos do mar de Huanan. Há registros de contágio em outros mercados de alimentos de Wuhan e também de infecções não relacionadas a mercados.

Na semana passada, um dos membros da equipe, o especialista em doenças infecciosas Dominic Dwyer, disse que seriam necessários anos para entender completamente as origens da Covid-19.

As informações são da FolhaPress

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