O novo presidente peruano, José Jerí, pediu poderes ao Congresso nesta quinta-feira (16) para enfrentar a violência, após os recentes protestos contra o crime organizado e a classe política que deixaram um morto e uma centena de feridos em Lima.
Na quarta-feira foram registrados os confrontos mais graves desde que os protestos começaram em Lima há um mês, liderados pela Geração Z, um coletivo de jovens entre 18 e 30 anos, em repúdio ao Congresso e ao governo de direita recém-instalado, que substituiu o de Dina Boluarte.
A presidente foi destituída após um julgamento político expresso em 10 de outubro devido à crise de insegurança.
Jerí, de 38 anos e até então chefe do parlamento, assumiu a presidência de forma interina até julho de 2026, quando deverá entregar o comando após a realização de eleições gerais.
Durante os confrontos de quarta-feira, um manifestante morreu por um impacto de bala cuja origem está sendo investigada. Também foram registrados 113 feridos, entre eles 84 policiais e 29 civis, de acordo com o balanço consolidado das autoridades.
Nesta quinta-feira, Jerí compareceu ao Congresso para pedir “faculdades legislativas” que lhe permitam enfrentar a crise de insegurança. Ele espera adotar medidas de urgência sem passar pela aprovação dos parlamentares.
“Queremos solicitar recursos legislativos para legislar principalmente em temas de segurança pública […] que é o principal problema”, disse o presidente aos jornalistas.
“Entre eles está o tema dos presídios”, de onde as gangues operam uma rede de extorsão, comentou Jerí, sem detalhar o tipo de intervenção que espera aplicar nas prisões.
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