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Nova York vota para prefeito com socialista Mamdani como favorito

Candidato muçulmano e socialista lidera pesquisas; ex-governador Cuomo e republicano Sliwa disputam votos em eleição marcada por tensão política

Redação Jornal de Brasília

04/11/2025 14h08

Foto: ANGELA WEISS / AFP

Foto: ANGELA WEISS / AFP

Os nova-iorquinos comparecem às urnas nesta terça-feira (4) com o esquerdista muçulmano Zohran Mamdani como favorito a chefiar a prefeitura da maior cidade dos Estados Unidos, na votação mais acompanhada do dia no país, onde o presidente Donald Trump enfrenta seu primeiro teste eleitoral.

A ascensão vertiginosa de Mamdani, um legislador local de 34 anos, domina as manchetes e as intenções de votos na ‘Big Apple’. O presidente Trump o chama de “comunista” e ameaça bloquear recursos federais para a cidade em caso de vitória do democrata.

Trump também pediu, nesta terça, que os judeus de Nova York não votem no candidato muçulmano.

Nascido em Uganda em uma família de origem indiana e naturalizado americano, Mamdani se descreve sem rodeios como socialista e fez campanha com a promessa de reduzir os custos de vida para os nova-iorquinos comuns. Na pesquisa mais recente da AtlasIntel, ele liderava as intenções de voto por sete pontos, com 41%.

O ex-governador estadual Andrew Cuomo, acusado de agressão sexual e que concorre como independente após perder as primárias do Partido Democrata para Mamdani, aparecia logo atrás na pesquisa, com 34% das intenções de voto.

O candidato republicano Curtis Sliwa, fundador do grupo de vigilância anticrime ‘Guardian Angels’, tinha 24%, índice que pode influenciar a votação caso um número considerável de seus apoiadores decida apostar no voto útil em Cuomo.

Algumas pesquisas dão a Mamdani até 44% das intenções de voto, e até 16 pontos de vantagem sobre o ex-governador.

“Realmente espero que a cidade melhore”, disse a fisioterapeuta Denise Gibbs, de 46 anos, após votar em uma escola do Brooklyn. “Quero ver uma diminuição da divisão e uma melhora nas condições de vida das famílias da classe trabalhadora e nos serviços para as crianças”, acrescentou.

Os locais de votação abriram às 6h00 locais (8h00 de Brasília) e devem fechar às 21h00 (23h00 de Brasília).

Após a abertura das seções eleitorais, Cuomo pediu nas redes sociais um voto na “experiência para alcançar a mudança, pela segurança pública e pela oportunidade econômica”.

Na votação antecipada, que terminou no domingo, mais de 735.000 pessoas apresentaram seus votos, um recorde segundo os funcionários eleitorais.

Em 2021, foram emitidos 1,14 milhão de votos no total, o que levou à eleição do atual prefeito, Eric Adams, que desistiu da tentativa de reeleição após uma série de escândalos e acusações de corrupção. Adams anunciou apoio a Cuomo, de 67 anos.

– “Confronto político” –

Em um último esforço para obter votos, Mamdani percorreu clubes noturnos da cidade com seu característico terno escuro durante o fim de semana de Halloween.

Se for eleito, ele se tornará o primeiro prefeito muçulmano da vibrante Nova York, conhecida por sua diversidade cultural. Mamdani discursou em árabe para seus apoiadores em um vídeo recente, o que irritou os republicanos de extrema direita.

Cuomo visitou os cinco distritos da cidade na segunda-feira, enquanto Sliwa caminhou pelas ruas com sua mensagem de “linha dura contra o crime”.

A disputa eleitoral se concentrou no crescente custo de vida em Nova York, no crime e em como cada candidato poderá conviver com Trump.

Grant Reeher, professor de Ciências Políticas da Universidade de Syracuse, afirma que uma vitória de Mamdani estabeleceria um “confronto” com o presidente.

“Trump tratará a cidade de Nova York de maneira mais agressiva”, disse. “Haverá algum tipo de confronto político”.

Também nesta terça-feira, os estados da Virgínia e de Nova Jersey celebram eleições para definir seus governadores, consideradas indicadores ainda mais críticos do estado de ânimo político nos Estados Unidos, quase 10 meses após o início do segundo mandato do magnata republicano.

Uma vitória democrata nos dois estados seria encarada como um sinal de que a oposição está ressurgindo, antes das eleições de meio de mandato do próximo ano, que determinarão qual partido terá maioria no Congresso.

AFP

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