O ex-líder do partido de libertação sul-africano CNA e prêmio Nobel da Paz em 1960, Albert Luthuli, morreu em 1967 devido a uma agressão cometida por policiais do regime do Apartheid, concluiu um tribunal nesta quinta-feira (30), refutando a versão oficial da época de que se tratava de um acidente ferroviário.
Albert Luthuli morreu em 21 de julho de 1967, oficialmente atingido por um trem enquanto caminhava ao longo de uma linha férrea, tese que seus familiares e apoiadores contestavam.
Um tribunal de Pietermaritzburg (leste) concluiu que a morte do líder do Congresso Nacional Africano era atribuível a “uma agressão por membros do braço especial de segurança da polícia sul-africana (…) agindo de acordo e com um objetivo comum com funcionários da companhia ferroviária sul-africana”, segundo o julgamento entregue nesta quinta-feira.
A investigação sobre as causas de sua morte foi reaberta em abril, em um contexto de reexame dos desaparecimentos e violências políticas cometidas durante o regime segregacionista que terminou no início dos anos 1990.
Albert Luthuli liderou o CNA de 1952 até sua morte, um período em que o regime do Apartheid proibiu o movimento em 1960.
Na cerimônia de aceitação de seu prêmio Nobel em 1961, em Oslo, Luthuli havia feito uma fervorosa reivindicação pela não violência.
O CNA saudou nesta quinta-feira “um julgamento histórico” que “corrige uma antiga distorção da história” ao reconhecer que Luthuli foi “vítima de um assassinato aprovado pelo Estado”.
O neto do prêmio Nobel, Sandile Luthuli, indicou que a família estava “cheia de alegria” pelo julgamento, em entrevista à televisão local EWN.
AFP