A Nicarágua aprovou nesta quinta-feira (30) a criação de zonas livres de impostos impulsionadas pela China para atrair investimentos, informou o Parlamento, em meio à crescente influência de empresas chinesas e às ameaças dos Estados Unidos de aumentar tarifas contra o país centro-americano.
Essas zonas francas ampliarão a influência de empresas chinesas na Nicarágua, onde elas têm interesses nos setores de mineração, transporte, segurança, infraestrutura, saúde e comércio.
O anúncio coincide com o alerta de Washington sobre a possibilidade de suspender a Nicarágua dos benefícios de um tratado de livre comércio entre a América Central e os Estados Unidos, além de aplicar tarifas de até 100% às importações por “abusos cada vez mais generalizados” contra os direitos humanos.
A Assembleia Nacional da Nicarágua, a pedido dos copresidentes e cônjuges Daniel Ortega e Rosario Murillo, afirmou em comunicado que aprovou a criação das Zonas Econômicas Especiais da Faixa e da Rota para promover “o investimento nacional e estrangeiro”, gerar empregos e aumentar as exportações.
Essas zonas estabelecem um “regime especial de incentivos fiscais”, como a “isenção” total de impostos sobre renda, dividendos, marketing, processos aduaneiros e importações de bens, entre outros, informou a Assembleia.
Ortega estabeleceu relações diplomáticas com a China em 2021, após romper com Taiwan, ilha que Pequim considera parte de seu território.
A direção das zonas especiais será chefiada por Laureano Ortega, um dos filhos do casal copresidente e atual assessor de investimentos e comércio, especialmente para China e Rússia.
A embaixada dos Estados Unidos na Nicarágua anunciou que, a partir de 19 de novembro, o governo do presidente americano, Donald Trump, decidirá se suspende a Nicarágua do tratado comercial e se aplicará o aumento das tarifas.
Nesta quinta-feira, um grupo de especialistas da ONU exigiu que o governo de Ortega e Murillo responda por “graves violações” de direitos humanos, incluindo “crimes contra a humanidade”, acusações que foram rejeitadas por Manágua com o apoio, entre outros, da China.
© Agence France-Presse
 
										 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
                        
                     
							 
							 
							 
							