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Netanyahu diz que a vitória na guerra de 1948 criou Israel, e não a ONU

A resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas diz que somente o Exército Libanês e a Unifil, a missão de paz da ONU, devem se mobilizar no sul do Líbano e estabelecer o cessar das hostilidades nos dois lados da fronteira

Redação Jornal de Brasília

15/10/2024 15h54

Foto: Abir Sultan/AFP

O primeiro-ministro israelense,Benjamin Netanyahu, afirmou, nesta terça-feira (15), que Israel deve sua existência à vitória na guerra árabe-israelense de 1948 e não à aprovação de sua criação pela ONU, em resposta a comentários do presidente francês , Emmanuel Macron.

“Um lembrete para o presidente da França: não foi a resolução da ONU que circulou o Estado de Israel, mas a vitória obtida na guerra de independência com o sangue de combatentes heróicos, muitos deles sobreviventes do Holocausto, inclusive o regime de Vichy”, que colaborou com a ocupação nazista da França (1940-1944), afirmou Netanyahu em um comunicado.

Mais cedo, segundos participantes do Conselho de Ministros, o presidente francês anunciou que o primeiro-ministro israelense não deve “se eximir das decisões da ONU”, lembrando que foi uma resolução da organização das Nações Unidas que “criou” o Estado de Israel.

“O senhor Netanyahu não deve se esquecer que seu país foi criado por uma decisão da ONU”, disse o presidente francês, em alusão à votação, em novembro de 1947, pela Assembleia Geral da ONU, do plano de partilha da Palestina em um Estado Judeu e um Estado árabe.

“E, consequentemente, não é o momento de se eximir das decisões da ONU”, acrescentou, enquanto Israel realiza uma ataque terrestre contra o movimento islâmico pró-iraniano Hezbollah no sul do Líbano, onde capacetes azuis estão mobilizados.

A resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas diz que somente o Exército Libanês e a Unifil, a missão de paz da ONU, devem se mobilizar no sul do Líbano e estabelecer o cessar das hostilidades nos dois lados da fronteira.

Mas Netanyahu afirma que o Hezbollah utiliza “as instalações e posições da Unifil como cobertura para realizar ataques” contra Israel, e pediu no domingo ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para colocar os capacetes azuis “sob proteção imediata”.

A Unifil, com força composta por 10.000 militares, entre os quais 700 franceses, tem denunciado “violações chocantes” de Israel contra as suas posições, e no domingo reportou a entrada “à força” de dois tanques numa das suas posições perto da fronteira.

O Exército israelense informou, por sua vez, que um de seus tanques se chocou contra um posto da Unifil enquanto evacuava soldados feridos.

© Agence France-Presse

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