O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou, nesta terça-feira (4), uma possível incursão terrestre dos Estados Unidos na Venezuela e reiterou sua disposição de mediar o conflito entre os dois países.
O presidente americano, Donald Trump, ordenou uma grande mobilização militar no Caribe para operações de combate ao tráfico de drogas que já deixaram dezenas de mortos.
“Não quero que a gente chegue a uma invasão terrestre” da Venezuela por forças militares dos Estados Unidos, declarou Lula em Belém, no Pará, durante uma entrevista a agências de notícias internacionais, incluindo a AFP.
“Eu disse ao presidente Trump” durante uma reunião em Kuala Lumpur, Malásia, no mês passado, que “problema político a gente não resolve com armas. A gente resolve com diálogos”, acrescentou.
Lula, que está em Belém para liderar a cúpula de líderes da COP30 do clima na quinta e sexta-feira (6 e 7 de novembro), afirmou que os Estados Unidos poderiam tentar ajudar os países em seu combate ao tráfico de drogas em vez de tentar “atirar contra esses países”.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusado por Trump de liderar um cartel de drogas, afirma que o verdadeiro objetivo de Washington é “impor uma mudança de regime” em Caracas e apoderar-se do petróleo venezuelano.
Lula indicou que a questão será abordada em uma cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), agendada para os dias 9 e 10 de novembro na cidade colombiana de Santa Marta.
AFP