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Mundo vive tempo de crescentes sanções, penalizações e tensão, diz executivo do agro

“Navegar pelas forças geopolíticas atuais exige considerar as compensações entre proteger indústrias domésticas e manter mercados globais abertos e interconectados”, disse

Redação Jornal de Brasília

15/08/2025 21h18

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Foto: AFP

São Paulo, 15 – O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Caio Carvalho, afirmou na segunda-feira, 11, na abertura do 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo, que o mundo vive “um tempo de crescentes sanções, penalizações e tensão entre antigos parceiros”, marcado pela fragmentação geopolítica e pela perda de confiança no multilateralismo.

Segundo Carvalho, o cenário internacional foi moldado por transformações profundas desde o fim do século XX, como a ascensão da China, o aumento do comércio entre países emergentes e o ressurgimento de políticas nacionalistas e protecionistas, exemplificados pelo Brexit, pelo Green Deal europeu e pelo movimento Make America Great Again. “Navegar pelas forças geopolíticas atuais exige considerar as compensações entre proteger indústrias domésticas e manter mercados globais abertos e interconectados”, disse.

O dirigente destacou que as recentes tarifas de importação sobre exportações brasileiras aos Estados Unidos refletem um reposicionamento estratégico norte-americano. Para ele, “o diálogo e a negociação são o caminho essencial para assegurar equilíbrio e previsibilidade ao comércio internacional, transformando tensões em oportunidades de cooperação”.

Carvalho defendeu que o agro brasileiro seja protagonista na agenda global, especialmente diante da COP30, que será realizada no Brasil em novembro. “O agro deverá ser vitrine positiva para narrativas reais do que se faz no Brasil com nossa revolução verde”, afirmou, lembrando que o setor há 50 anos é construído “tijolo a tijolo, com a argamassa da ciência, da competência e do suor”.

Entre as prioridades, citou a “biocompetitividade” – combinação de produtividade, qualidade e mitigação das emissões de gases de efeito estufa -, a integração de sistemas como lavoura-pecuária-floresta e a necessidade de alianças estratégicas com países e empresas-chave. Também ressaltou a vantagem competitiva do Brasil na produção de energia renovável e biocombustíveis, além da importância das cooperativas e dos pequenos e médios produtores.

Mesmo diante de incertezas e volatilidade globais, Carvalho se mostrou confiante no papel do Brasil como parceiro estratégico para a segurança alimentar e energética. “Talvez seja a hora da ousadia, criatividade e do desafio à sabedoria convencional”, concluiu.

Estadão Conteúdo

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