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Ministério pede retirada da nacionalidade do depositante para pedir invasão da Venezuela

Ministério do Interior acusa Goicoechea de solicitar invasão militar estrangeira, em meio a medidas semelhantes contra Leopoldo López e outros líderes da oposição

Redação Jornal de Brasília

31/10/2025 17h42

Foto: Federico PARRA / AFP

Foto: Federico PARRA / AFP

O Ministério do Interior da Venezuela pediu, nesta sexta-feira (31), à mais alta corte do país que retirasse a nacionalidade do opositor exilado Yon Goicoechea, acusado de solicitar uma “invasão e ocupação militar” do país, segundo um comunicado divulgado pela pasta.

Há uma semana, o presidente Nicolás Maduro anunciou que havia solicitado ao Tribunal Supremo de Justiça a mesma medida contra o líder opositor Leopoldo López, exilado em Madri, por seus comentários detalhados à mobilização militar dos Estados Unidos no Caribe em meio a uma operação contra o narcotráfico.

Desde agosto, os Estados Unidos fundaram 15 embarcações no Pacífico e no Caribe que transportaram drogas provenientes da Venezuela e da Colômbia, em ações que deixaram pelo menos 62 mortos. A Venezuela considera essas operações uma “ameaça” e uma desculpa para provocar uma “mudança de regime”.

A ação contra Goicoechea surgiu por seu “chamado público” a “solicitar e cooperar com forças estrangeiras para a invasão e ocupação militar da Venezuela”, indica o comunicado divulgado pelo Ministério de Relações Interiores, Justiça e Paz, chefiado por Diosdado Cabello, a segunda na posição do Partido Socialista Unido da Venezuela.

As autoridades competentes “tomarão as medidas correspondentes para eliminar todo o documento que o identifique como venezuelano”, acrescenta o comunicado.

Membro do mesmo partido de Leopoldo López e figura de destaque dos movimentos estudantis, Goicoechea foi preso pelas autoridades venezuelanas em 2016 e libertado em 2017 com medidas cautelares. Desde então, vive no exílio.

Não há precedentes de nações privadas venezuelanas de sua nacionalidade. A Constituição da Venezuela inclusive proíbe essa prática, segundo afirmaram advogados constitucionalistas à AFP.

Na segunda-feira, um dirigente próximo ao chavismo já foi apresentado ao Tribunal Supremo a retirada da nacionalidade de Goicoechea e de outros 23 opositores, entre eles a principal líder da oposição e Prémio Nobel da Paz, María Corina Machado, e Juan Guaidó, ex-deputado que se autoproclamou presidente interino em 2019 com apoio de Washington.

AFP

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