Militares rebeldes de Madagáscar colocaram hoje tanques nas imediações do palácio presidencial, viagra na capital Antananarivo, o que aumenta o perigo de que ocorra algum tipo de confronto com soldados leais ao chefe de Estado, Marc Ravalomanana.
A mobilização dos tanques acontece menos de um dia depois que o vice-almirante Mamy Ranaivoniarivo voltasse ao Ministério da Defesa, cargo que tinha sido obrigado a abandonar pelos soldados rebeldes, e pedisse aos militares que se levantaram contra o Governo que retornassem à disciplina institucional.
Ontem, após uma reunião do Conselho de Ministros, Ravalomanana pediu “responsabilidade” às Forças Armadas e de Segurança para garantir a estabilidade do país.
O presidente exigiu aos militares e policiais que “assumam suas responsabilidades” para “restaurar a lei e a ordem” e evitar, assim, as situações de violência, que causaram já 140 mortes desde que, em 26 de janeiro, começaram os protestos contra o Governo.
O pedido de Ravalomanana, feito perante a imprensa, aconteceu horas antes de um grupo de soldados do Exército ocupar, sem disparar um único tiro, o Palácio de Mahazoarivo, sede do Governo do primeiro-ministro Charles Rabemananjara.
Segundo a imprensa local, os soldados rebeldes que ocuparam a sede do Governo estavam às ordens do coronel Andre Ndrianarijaona, do Corpo de Serviços Administrativos e Técnicos do Exército, que se declarou na quarta-feira ao comando das Forças Armadas.
Foi Ndrianarijaona quem forçou, na quarta-feira, a saída do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Amadas, general Edmond Rasolomahandry, e na terça-feira passada também obrigou que fizesse o mesmo o ministro da Defesa, vice-almirante Mamy Ranaivoniarivo, que, no entanto, negou depois ter abdicado do cargo.
A confusão e o perigo de confronto armado se mantêm em Madagáscar, onde ontem foi suspensa uma Conferência Nacional convocada pela Confederação de Igrejas Cristãs e a ONU para tratar de resolver a crise política.
Está mantida uma proposta do presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, que convidou Ravalomanana e seu principal adversário político, o ex-prefeito de Antananarivo Andry Rajoelina, a viajar a Dacar para negociar uma saída à crise política em Madagáscar, já que ambos haviam solicitado sua mediação.
Em 26 de janeiro, Rajoelina liderou uma grande manifestação contra Ravalomanana em Antananarivo e, desde então, ocorreram diversos distúrbios em que morreram de forma violenta perto de 140 pessoas.
As próximas eleições presidenciais em Madagáscar estão previstas para 2011 e Rajoelina não poderá concorrer, já que a Constituição exige que os chefes de Estado tenham mais de 40 anos, e ele tem apenas 34.