Menu
Mundo

Milei apresenta reforma do código penal que endurece penas de prisão na Argentina

A apresentação da iniciativa, no complexo penitenciário de Ezeiza, no sul de Buenos Aires, ocorre na reta final para as eleições legislativas de meio de mandato, marcadas para 26 de outubro.

Redação Jornal de Brasília

02/10/2025 23h58

Foto: Luis ROBAYO / AFP

Foto: Luis ROBAYO / AFP

O presidente argentino Javier Milei apresentou nesta quinta-feira (2) um projeto de reforma do Código Penal sob o lema “Tolerância Zero”, que prevê um endurecimento generalizado das punições, a redução da maioridade penal e a aceleração dos processos judiciais.

A apresentação da iniciativa, no complexo penitenciário de Ezeiza, no sul de Buenos Aires, ocorre na reta final para as eleições legislativas de meio de mandato, marcadas para 26 de outubro.

O pleito será crucial para o mandatário ultraliberal, que atravessa uma etapa política difícil e busca aumentar sua escassa base parlamentar.

“A ordem é uma pré-condição para ter tolerância zero. Aqui se faz, aqui se paga”, declarou Milei em um breve discurso com tom de campanha, ao lado da ministra da Segurança, Patricia Bullrich, e do ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona.

Segundo o projeto, o roubo seria punido com um ano de prisão no mínimo, em vez de um mês, e a pena máxima aumentaria de dois para três anos, e de seis para oito anos em casos de roubo com uso de força.

O homicídio simples levaria a uma pena de 10 a 30 anos de prisão, em voz dos oito a 25 atuais. A prisão perpétua já é possível para os casos de homicídio qualificado.

A pena máxima por posse de pornografia infantil com fins de distribuição aumentaria de dois para 12 anos de prisão.

A pena máxima por agressões durante manifestações seria elevada para cinco anos, em vez dos dois atuais, e até nove anos se o ataque for dirigido contra um membro das forças de segurança.

Além disso, a menoridade penal cairia de 16 para 13 anos.

O projeto também prevê a eliminação da prescrição para os crimes mais graves, como homicídio, delitos sexuais, tráfico de pessoas e de drogas. Atualmente, a imprescritibilidade só se aplica para os crimes de lesa-humanidade.

“Se este grupo de reformas será implementado ou não, depende do Congresso da Nação”, disse Milei.

“Depende de que os ocupantes das cadeiras do Poder Legislativo tenham a vocação de estar ao lado das vítimas, e não ao lado dos criminosos”, concluiu.

O Congresso, onde o partido de Milei é minoria, impôs um revés ao mandatário nesta quinta-feira, ao reverter dois vetos presidenciais e deixou firmes as leis que ampliam a destinação de verbas a universidades e hospitais pediátricos.

© Agence France-Presse

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado