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Manifestantes pró-golpistas tentam tomar palácio presidencial em Mali

Arquivo Geral

21/05/2012 15h00

Manifestantes da plataforma pró-golpista Coordenação de Organizações Patrióticas do Mali (COPAM), tentaram tomar o palácio presidencial de Bamaco nesta segunda-feira em protesto pelo prolongamento do mandato do presidente interino Dioncounda Traoré.

 

Segundo disse à Agência Efe uma fonte da COPAM, a guarda presidencial disparou contra os manifestantes, o que deixou cinco mortos e vários feridos, mas esta informação não pôde ser confirmada por outras fontes.

 

A Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (Cedeao) e a Junta Militar que tomou o poder em Mali no último dia 22 de março concordaram no sábado que Traoré, designado em 12 de abril como presidente interino por um período de 40 dias, continue dirigindo a transição.Estes enfrentamentos seguiram uma grande concentração na qual dezenas de milhares de malineses condenaram o que consideram uma ingerência da Cedeao nos assuntos internos do país.

 

Os participantes, convocados pela COPAM, que reúne 60 grupos políticos e civis simpatizantes da Junta Militar, demonstraram seu desacordo com o recente acordo alcançado entre a junta golpista e a Cedeao e reivindicaram uma solução nacional.

 

O presidente da COPAM, Amadoun Amion Guindo, disse à Agência Efe que sua organização não reconhece o pacto pelo qual Traoré seguirá à frente do Estado por um período ainda por determinar.

 

Reunidos no Palácio de Convenções de Bamaco, os participantes levavam cartazes contra a Cedeao, a França e Traoré, a quem acusam de serem cúmplices dos grupos armados que controlam o norte do país desde o final de março.

 

“Mali não é um bairro da Cedeao”, gritavam alguns participantes em referência às pressões exercidas por esta organização africana aos militares golpistas para que acelerem o restabelecimento da ordem constitucional.

 

Com sua presença, os manifestantes mostravam seu apoio à realização por parte da COPAM de uma reunião nacional para desenhar um Mapa do Caminho para a transição.

 

“O objetivo desta convenção é que o presidente da transição seja eleito pelos malineses e não pelos mercenários da Cedeao”, assegurou à Efe Adama Traoré, um militante da COPAM.

 

No último dia 6 de abril, após uma intensa mediação da Cedeao, a Junta Militar se comprometeu com a reinstalação da ordem constitucional em troca da suspensão das sanções que tinham imposto os estados africanos, assim como de uma anistia aos militares.

 

Fruto deste compromisso, o presidente do Parlamento, Dioncounda Traoré, foi designado presidente interino por um período de 40 dias que terminava amanhã, e no qual deveria ter fixado a data para a realização de eleições.

 

Na semana passada, a Cedeao atacou mais uma vez os uniformizados e seus parceiros civis, aos quais acusou de entorpecer o processo de transição.

 

Após ameaçar com a imposição de novos castigos, a Cedeao embarcou em uma nova série de negociações com o presidente da Junta Militar, Amadou Haya Sanogo, para tentar dar um respaldo à transição política.

 

Após uma longa e intensa negociação, no último dia 18 o Parlamento aprovou uma Lei de Anistia a favor dos golpistas. Um dia depois foi estabelecido que Traoré continuaria como presidente transitório e ontem foi dado o sinal verde para que Sanogo adquira o status de ex-chefe de Estado.

 

No entanto, os grupos pró-golpistas insistem em continuar com a realização de sua convenção para escolher um novo presidente interino.

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