Mais de 2.000 crianças são obrigadas a dormir nas ruas de França, uma situação “inaceitável”, segundo a Unicef, que alertou nesta quinta-feira (29) sobre as consequências “desastrosas” da falta de moradia infantil.
“É inaceitável, não podemos aceitar que uma sociedade trate suas crianças dessa maneira”, disse à AFP a representante da agência da ONU na França, Adeline Hazan.
Trata-se de uma “violação flagrante dos princípios da Convenção sobre os Direitos da Criança” ratificada pela França, denunciou ela.
“Estamos muito preocupados em ver que, longe de melhorar, a situação está piorando a cada ano e é uma tragédia quando acontecem as consequências desastrosas na saúde mental e na educação”, acrescentou.
De acordo com a pesquisa, pelo menos 2.043 crianças – incluindo 467 com menos de três anos de idade – foram deixadas na noite de 19 para 20 de agosto sem uma solução de moradia depois que as famílias suas ligaram para o número de emergência para desabrigados.
Isso é menos do que as 3.000 crianças registradas em outubro de 2023, mas é um número sem precedentes para esse período, com um aumento de 3% em relação a agosto de 2023, 27% em relação a 2022 e 120% em relação a 2020 .
“Alarmante”, insiste a Unicef França, pois o número de 2.000 crianças não leva em conta aquelas que não se ligam ao número de emergência – crianças que vivem em bairros com moradias precárias ou crianças desacompanhadas.
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