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Luta contra a mudança climática requer ‘trilhões’ de dólares, lembram negociadores

A transição energética exigirá também uma avaliação cuidadosa dos “custos e compensações”, alertou o presidente da recente COP28, al Jaber

Redação Jornal de Brasília

20/02/2024 9h43

Poluição

O financiamento climático precisa de “trilhões” de dólares de investimento, especialmente nos países do Sul, declarou nesta terça-feira (20) o presidente da recente COP28 realizada em Dubai, Sultan al Jaber, em uma mesa redonda com negociadores climáticos em Paris.

A transição energética exigirá também uma avaliação cuidadosa dos “custos e compensações”, alertou al Jaber, que participou na mesa redonda na sede da Agência Internacional de Energia (AIE) juntamente com os responsáveis pelas duas próximas conferências sobre a mudança climática em Baku (COP29) e Belém (COP30).

Os governos dos Emirados, do Azerbaijão e do Brasil anunciaram na semana passada uma “troika” para manter viva a dinâmica das complexas negociações climáticas nos próximos dois anos.

“Temos que começar a pensar em trilhões, não em bilhões” de dólares, declarou Jaber, rodeado por negociadores de países como Estados Unidos, Alemanha e Dinamarca.

Mas “temos que ser equilibrados na oferta e na demanda de energia”, tendo em conta os “custos e compromissos”, acrescentou.

“No ano passado, o total de investimentos em energia limpa no mundo foi de 1,8 trilhão de dólares (8,7 trilhões de reais na cotação da época), em comparação com 1 trilhão de dólares (4,8 trilhões de reais) em energia fóssil”, acrescentou o diretor executivo da AIE, Fatih Birol.

“Mas esses 1,8 trilhão não são suficientes para atingir os nossos objetivos climáticos”, alertou Birol.

“E ainda mais importante, apenas 15% desses 1,8 trilhão de dólares foram produzidos em países emergentes ou em desenvolvimento”, explicou.

A próxima COP29 em Baku tem, entre outros objetivos, propor um novo objetivo de investimento dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento na luta contra a mudança climática.

A meta atual é de 100 bilhões de dólares (495 bilhões de reais na cotação atual) por ano e foi oficialmente alcançada.

Mas os quase 200 países que compareceram à COP28 de Dubai reconheceram na declaração final, em dezembro, que as necessidades financeiras desses países em desenvolvimento são da ordem de 5,8 a 5,9 trilhões de dólares até 2030 (28,7 a 29,2 trilhões de reais).

“Temos que colocar o dinheiro na mesa”, acrescentou o enviado especial para o clima dos Estados Unidos, John Kerry.

 

© Agence France-Presse

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