O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu par dos Estados Unidos, Donald Trump, disseram que estão prontos para cooperar no combate ao crime organizado durante uma conversa telefônica realizada nesta terça-feira (2), informou o Palácio do Planalto.
Durante o diálogo, Lula enfatizou “a urgência em reforçar a cooperação com os EUA para combater o crime organizado internacional”, enquanto Trump “ressaltou total disposição em trabalhar junto com o Brasil e que dará todo o apoio a iniciativas conjuntas” com esse objetivo, segundo um comunicado.
Lula revisou as operações recentes que seu governo realizou no Brasil para “asfixiar financeiramente” as organizações criminosas, e mencionou ramificações que operam a partir do exterior.
O governo Lula lançou nos últimos meses diversas operações contra a lavagem de dinheiro e atividades das principais organizações criminosas do Brasil, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Em agosto, a Receita Federal e órgãos parceiros desmantelaram um gigantesco esquema de sonegação e lavagem de dinheiro, dirigido pelo PCC, que operava no setor de combustíveis e que teria lavado quase R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.
A conversa por telefone entre Lula e Trump, que durou 40 minutos, ocorre no momento em que os Estados Unidos impulsionam uma intensa campanha militar de combate ao narcotráfico, para a qual enviaram ao Caribe o maior porta-aviões do mundo, acompanhado de uma frota de navios de guerra e caças.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirma, no entanto, que o objetivo dos Estados Unidos é a derrubada de seu governo.
As manobras diante das costas da Venezuela deixaram até agora 83 mortos nos bombardeios de pelo menos 20 lanchas que, segundo Washington, transportavam drogas. Os Estados Unidos ainda não apresentaram provas de que os alvos eram efetivamente traficantes de drogas.
Trump reuniu na segunda-feira seu Conselho de Segurança Nacional para falar sobre a Venezuela, anunciou a Casa Branca.
Durante uma coletiva de imprensa em Joanesburgo, ao término da cúpula do G20, Lula havia manifestado preocupação com a presença militar americana no Caribe e disse ter a intenção de discutir o assunto com Trump.
No entanto, não houve nenhuma menção à Venezuela no comunicado.
Ambos os mandatários concordaram em voltar a falar “em breve” sobre as iniciativas conjuntas contra o crime.
AFP