JOÃO GABRIEL E JULIA CHAIB
FOLHAPRESS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que os países que não cumprirem compromissos ambientais sejam punidos.
“É preciso que, sobretudo na questão do clima, quando a gente tomar posição, que tiver uma votação, é preciso que todos cumpram. Aí sim, se um país não cumprir uma decisão, que prejudique o planeta, ele merece ser punido”, afirmou nesta quarta-feira (24) em Nova York.
Ele também defendeu uma reforma ampla das Nações Unidas de forma geral, como já havia feito antes, inclusive com o fim do poder de veto que países como Rússia e Estados Unidos detêm.
Nesta quarta, Lula participou de suas últimas agendas em Nova York, em meio à Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).
Durante todo sua atuação na reunião, o petista criticou diversas vezes os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza e também a falta de comprometimento de países com as ações climáticas.
O Acordo de Paris, tratado internacional para combate ao aquecimento global, os países se comprometem a apresentar NDCs, metas para redução das emissões de CO2 a cada um se compromete.
Pelo cronograma previsto, todos deveriam ter apresentado uma nova versão destes objetivos até fevereiro deste ano, mas poucos o fizeram o Brasil foi um deles. Nesta quarta, a China anunciou o seu compromisso.
Não há, porém, nenhuma punição prevista para descumprimento das obrigações do Acordo de Paris.
Outro compromisso que jamais foi cumprido foi o de mobilização de recursos para financiar o combate a mudança climática.
Também o Acordo de Paris previa a mobilização de US$ 100 bilhões (R$ 533 bi) por ano o que jamais se concretizou.
Em outubro, a ONU elabora um relatório consolidando e analisando todas as NDCs apresentadas, o que irá guiar os debates da COP30, a conferência climática da organização, que acontece em Belém em novembro.
Em diversos de seus discursos em Nova York, inclusive na abertura da Assembleia-Geral, Lula cobrou os países a apresentarem suas metas.
Mais cedo nesta quarta, ele presidiu, ao lado do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, o evento Climate Summit, idealizado para acelerar a apresentação das NDCs, metas para redução das emissões de carbono a que cada país se compromete.
Lula também afirmou que já enviou cartas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da China, Xi Jinping, os chamando a participar da COP30, e que pode reiterar o convite se for necessário.
Finalmente, ele elogiou o TFFF (Fundo Florestas para Sempre), fundo de investimentos criado para remunerar não só acionistas, mas também países que preservarem sua vegetação.
Durante a Assembleia da ONU, Lula anunciou um investimento de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bi) no mecanismo, que foi idealizado pelo Brasil.
O repórter João Gabriel viajou a convite do Instituto Talanoa.