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Los Angeles declara estado de emergência por batidas migratórias

Os apoiadores da medida alegam que as batidas executadas por agentes mascarados atacam diretamente pessoas que falam espanhol ou que possuem traços físicos latinos.

Redação Jornal de Brasília

15/10/2025 20h06

us agents, protesters clash again in los angeles over immigration raids

Policiais em frente ao Prédio Federal durante um protesto em resposta às operações federais de imigração em Los Angeles, em 9 de junho de 2025. O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou, em 9 de junho, que fuzileiros navais da ativa entrassem em Los Angeles, prometendo que aqueles que protestavam contra as prisões de imigrantes seriam “atingidos com mais força” do que nunca. Protestos em Los Angeles, lar de uma grande população latina, eclodiram em 6 de junho, desencadeados por batidas policiais de imigração que resultaram em dezenas de prisões do que as autoridades dizem ser imigrantes ilegais e membros de gangues. (Foto de RONALDO SCHEMIDT / AFP)

O condado de Los Angeles está sob estado de emergência nesta quarta-feira (15), declarado após as operações de combate à imigração irregular do governo Donald Trump, a mais recente ação de resposta à linha-dura do mandatário republicano nessa área.

A declaração, que é reservada normalmente para desastres naturais, libera recursos que podem ser usados para ajudar as pessoas afetadas no condado californiano, onde reside um número significativo de imigrantes em situação irregular, e um dos mais diversos demograficamente dos Estados Unidos.

Os apoiadores da medida alegam que as batidas executadas por agentes mascarados atacam diretamente pessoas que falam espanhol ou que possuem traços físicos latinos.

Afirmam que essas batidas aterrorizam a população, e impedem que muitos saiam para trabalhar, o que dificulta a situação econômica entre os imigrantes, cujas receitas semanais diminuíram 60%, de acordo com uma pesquisa recente.

O condado votou 4 a 1 em favor da declaração na terça-feira.

Janice Hahn, uma das supervisoras do condado que apoiou a medida, disse que ela era necessária em resposta “ao medo, à dor e à desordem que […] essas batidas causam em nossa comunidade”.

“Temos famílias inteiras desamparadas porque seus pais e mães foram retirados de seus locais de trabalho”, disse.

“Quero que nossas comunidades de imigrantes saibam que estamos nesta emergência com elas, que as vemos e entendemos o que estão passando”, acrescentou.

As batidas do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) e de outras agências do Departamento de Segurança Interna do governo federal executadas em agosto geraram mal-estar em Los Angeles.

A população respondeu com protestos que se estenderam por semanas, enquanto Trump reagiu enviando soldados às ruas da segunda maior cidade do país, uma medida considerada desnecessária e incendiária por seus detratores.

As batidas se propagaram por cidades majoritariamente governadas por democratas, como Chicago e Portland, para onde a Casa Blanca também tentou enviar a Guarda Nacional.

A decisão de terça-feira em Los Angeles assenta as bases para proteger inquilinos que atrasem o pagamento do aluguel por culpa das operações do ICE.

Kathryn Barger, que deu o único voto contrário da Junta de Supervisores, disse que não apoiava a proclamação pelo temor de que isso levaria a ações judiciais onerosas do governo federal.

“Precisamos de soluções reais, não de gestos simbólicos”, disse ela em comunicado após a votação.

“Vou seguir apoiando os programas para comunidades que são alvo de ações como o auxílio jurídico e a assistência para inquilinos, que fornecem ajuda significativa às famílias vulneráveis, enquanto respeitam os limites legais, protegem os recursos do condado, e preservam a confiança do público”, acrescentou.

© Agence France-Presse

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