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Londres blinda estátua de Winston Churchill para evitar ataques

“É absurdo e vergonhoso que esse monumento nacional esteja hoje sob risco de ataques de manifestantes violentos”, reagiu o primeiro-ministro britânico

Redação Jornal de Brasília

12/06/2020 13h48

Foto: AFP

São Paulo, SP

Antes de novos protestos contra o racismo marcados para este final de semana, oficiais blindaram nesta sexta (12) uma estátua de Winston Churchill, em Londres, para que ela não seja novamente atacada ou removida por manifestantes.

Localizado em frente ao Parlamento, o monumento que homenageia aquele que foi o primeiro-ministro britânico durante a Segunda Guerra Mundial já havia sido desfigurado no domingo (7): manifestantes escreveram as palavras “era racista” no pedestal do busto da estátua.

Ativistas antirracismo, que realizam manifestações desde a morte do americano George Floyd -homem negro assassinado por um policial branco em Minneapolis, no final de maio-, têm visado estátuas como forma de desafio ao passado imperialista britânico.

No domingo, uma estátua de Edward Colston, que fez fortuna no século XVII com o tráfico de escravos, foi demolida na cidade de Bristol.

“É absurdo e vergonhoso que esse monumento nacional esteja hoje sob risco de ataques de manifestantes violentos”, reagiu o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, em uma rede social.

“Sim, ele às vezes expressou opiniões que eram e são inaceitáveis para nós hoje, mas ele era um herói e merece plenamente seu memorial. Agora, não podemos tentar editar ou censurar nosso passado. Não podemos fingir que temos uma história diferente”, acrescentou Boris.

Boris é autor de uma biografia de Churchill, “O Fator Churchill” (publicada no Brasil pela editora Planeta).

Político conservador e duas vezes primeiro-ministro do Reino Unido -durante a Segunda Guerra Mundial e entre 1951 e 1955-, Churchill foi um herói da lutra contra o nazismo, mas tinha convicção dos méritos do Império Britânico e de uma suposta superioridade da cultura ocidental.

Em diversas ocasiões, fez comentários racistas e antissemitas. Críticos o acusam de negar comida para a Índia durante a epidemia de fome de 1943, que matou mais de 2 milhões de pessoas na então colônia britânica.

Cerca de 500 pessoas se reuniram no Hyde Park de Londres nesta sexta, cantando “o Reino Unido não é inocente” e “black lives matter”, antes de marchar pelo centro da cidade, com muitos dizendo que estátuas como a de Colston eram alvos legítimos.

Os organizadores disseram aos manifestantes para não comparecerem no centro de Londres no sábado (13), em meio à preocupação de que possa haver brigas com os ativistas que buscam defender estátuas.

Na esteira dos protestos antirracismo que começaram nos Estados Unidos no fim de maio e se espalharam por cidades europeias, estátuas do rei Leopoldo 2º da Bélgica, em Antuérpia, e de Robert Milligan, em Londres, foram removidas esta semana.

Em comum, os dois personagens têm um passado de atrocidades no continente africano.

Leopoldo 2º, que reinou na Bélgica de 1865 a 1909, foi responsável pela morte de milhões de africanos nas décadas em que foi proprietário da única colônia particular da história, onde hoje fica a República Democrática do Congo.

Já o inglês Robert Milligan chegou a possuir 526 escravos em suas duas plantações de açúcar, na Jamaica.

As informações são da Folhapress

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