O líder independentista catalão, Carles Puigdemont, anunciou, nesta segunda-feira (27), que seu partido, o Junts per Catalunya, decidiu “romper” seu acordo com o Partido Socialista do chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, cuja posse apoiou há dois anos, mas com quem mantém uma relação instável.
Em coletiva de imprensa concedida em Perpignan, no sul da França, Puigdemont disse que a decisão será submetida aos militantes do partido, que certamente a aprovarão.
Após negociações complexas, o Junts concordou em oferecer o apoio crucial de seus sete deputados no Congresso a Sánchez para garantir sua investidura após as eleições de 2023.
Em troca, o líder socialista comprometeu-se, entre outras coisas, a promover a lei de anistia para os independentistas processados pela tentativa separatista de 2017, a trabalhar para que o catalão seja língua oficial da União Europeia e a realizar reuniões periódicas com um mediador para verificar o avanço dos acordos.
Mas para o Junts, que sempre enfatizou que esses acordos não implicavam apoio a todas as leis promovidas pelo governo de esquerda, os socialistas não cumpriram suficientemente seus compromissos.
Embora finalmente o Parlamento espanhol tenha aprovado a lei de anistia em 2024, Puigdemont ainda não pôde se beneficiar dela porque o Supremo Tribunal decidiu que ela não era aplicável aos investigados pelo crime de malversação de recursos.
Então presidente do governo regional durante a tentativa separatista de 2017, Puigdemont continua residindo na Bélgica, aguardando que o Tribunal Constitucional espanhol decida sobre o recurso que apresentou para poder se beneficiar da lei.
AFP