Em declarações à televisão iraniana, a máxima autoridade do Irã advertiu contra aqueles que querem se beneficiar da discórdia entre os muçulmanos, em referência a Israel e aos Estados Unidos.
“É dever dos clérigos e de outras influentes figuras do mundo muçulmano iluminar os fiéis (…). A unidade frente à discórdia pode reparar muitas das brechas que dividem o Islã”, disse Khamenei.
Neste sentido, pediu também que os muçulmanos permaneçam alertas o tempo todo e façam frente às tentativas de conspiração “dos inimigos do Islã” e “dos poderes arrogantes”, expressão última que costuma ser usada para os Estados Unidos e o Ocidente em geral.
Khamenei deu como exemplo “a vitória dos jovens resistentes palestinos e libaneses sobre o Exército israelense, que tentou pôr em conflito xiitas e sunitas no Líbano e causar uma rachadura entre os palestinos, aludindo à questão étnica”.
As declarações do líder supremo iraniano ocorrem em um momento de crescente tensão entre o Irã, Estado de maioria xiita, e países sunitas como Marrocos, Egito e Arábia Saudita.
O ministro de Assuntos Exteriores saudita, príncipe Saud al-Faisal, sugeriu, dias atrás, formar uma frente para conter as ambições do Irã no Oriente Médio.
O Marrocos decidiu na semana passada romper seus laços com Teerã, depois que o ex-presidente do Parlamento iraniano, Ali Nateq Nouri, declarou que o reino de Barein, governado por uma família sunita, mas cuja população é de maioria xiita, foi no passado uma das províncias do Irã.