A Itália invejou, nesta segunda-feira (14), um primeiro grupo de migrantes interceptados no Mar Mediterrâneo para centros na Albânia, em virtude de um acordo controverso entre ambos os países.
A embarcação de patrulha “Libra” da Marinha italiana está se dirigindo para Albânia com 16 migrantes, todos homens, e sua chegada é esperada para a manhã de quarta-feira (16), disse à AFP uma fonte governamental.
Os solicitantes de Asilo, dez deles de Bangladesh e seis do Egito, foram resgatados no domingo em águas internacionais pelas autoridades italianas. As duas embarcações nas quais viajavam foram feitas parte da Líbia, da região de Trípoli, segundo a mesma fonte.
A primeira ministra de extrema direita Giorgia Meloni assumiu a carga em outubro de 2022 com a promessa de deter as chegadas de bolsas de milhares de migrantes ao litoral italiano a cada ano do norte da África.
Em novembro do ano passado, Meloni firmou um acordo controverso com seu par albanês, Edi Rama, para que abrigue alguns migrantes enquanto os pedidos de asilo são processados.
O acordo, que tem cinco anos de duração e um orçamento de 160 milhões de euros (978 milhões de reais), prevê que os migrantes interceptados por navios italianos em águas internacionais, mas dentro da área de busca designada para a Itália, sejam transferidos para uma embarque militar para um primeiro controle.
Nessa etapa, serão analisados quais migrantes procedentes de países considerados “seguros”, o que permitiria uma repatriação acelerada.
O restante será levado para Albânia para registro e, depois, para um acampamento onde a Itália será responsável pelo que ocorrer dentro do recinto e as forças albanesas ficarão a carga de segurança externa.
Este acordo foi muito criticado por grupos de direitos humanos que questionam se a Albânia – que, ao contrário da Itália, não é membro da União Europeia – pode oferecer proteção suficiente aos solicitantes de asilo.
No ano passado, cerca de 160 mil migrantes chegaram à costa italiana, enquanto em 2022 foram 105 mil, segundo dados do Ministério do Interior italiano.
Mas este número caiu significativamente em 2024, com 53.300 chegadas registradas até o momento.
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