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Intel concorda ceder 10% das ações ao governo dos EUA

“Eu disse: ‘acho que vocês deveriam nos pagar com 10% de sua empresa'”, afirmou Trump a jornalistas sobre uma reunião que manteve na semana passada com o diretor executivo da Intel, Lip-Bu Tan

Redação Jornal de Brasília

22/08/2025 21h37

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Divulgação/Intel

O fabricante de semicondutores Intel concordou em ceder 10% de suas ações ao governo dos Estados Unidos, anunciaram tanto a empresa especialista em chips quanto o presidente Donald Trump nesta sexta-feira (22).

“Eu disse: ‘acho que vocês deveriam nos pagar com 10% de sua empresa'”, afirmou Trump a jornalistas sobre uma reunião que manteve na semana passada com o diretor executivo da Intel, Lip-Bu Tan.

“Eu disse: ‘acho que seria bom ter os Estados Unidos como parceiro’ (…) eles aceitaram fazer isso, e acho que é um grande acordo para eles”, acrescentou o mandatário.

O governo americano pretendia obter ações da empresa em troca de subsídios já planejados pelo ex-presidente Joe Biden, segundo esclareceu na semana passada o secretário de Comércio, Howard Lutnick.

Segundo o acordo, o governo receberá 433,3 milhões de ações ordinárias, o que representa uma participação de 9,9% na empresa, informou a Intel em um comunicado.

Isso representa um investimento de 8,9 bilhões de dólares (R$ 48,4 bilhões) financiado em parte por 5,7 bilhões de dólares (R$ 31 bilhões) em subsídios concedidos, mas ainda não pagos, em virtude da Lei Chips.

A Lei Chips foi aprovada durante o mandato de Biden e destina-se a fomentar o estabelecimento de toda a cadeia de valor de chips e semicondutores no país.

Os outros 3,2 bilhões de dólares (R$ 17,4 bilhões) provêm de um subsídio concedido à empresa como parte do programa Secure Enclave, disse a Intel.

O investimento de 8,9 bilhões de dólares se somaria aos 2,2 bilhões de dólares (R$ 11,9 bilhões) em subsídios da Lei CHIPS que a Intel já recebeu, elevando o montante total a 11,1 bilhões de dólares (R$ 60,3 bilhões), acrescentou a empresa.

“Os Estados Unidos da América agora têm e controlam 10% da INTEL”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.

Alegou que o país “não pagou nada por essas ações” após negociações com Lip-Bu Tan.

Em um comunicado, a empresa indicou que o “investimento do governo na Intel será uma propriedade passiva, sem representação no conselho de administração ou outros direitos de governança e informação”.

A Intel é uma das empresas mais emblemáticas do Vale do Silício, mas seu sucesso tem sido ofuscado pelos gigantes asiáticos TSMC e Samsung, que dominam o mercado de semicondutores.

No início de agosto, Trump atacou Lip-Bu Tan, acusando-o de “enfrentar um grave conflito de interesses” e exigindo sua “renúncia imediata”.

Posteriormente, ele o recebeu na Casa Branca em 11 de agosto, em uma reunião que o presidente americano qualificou como “muito interessante”.

O gigante japonês de investimentos em tecnologia SoftBank Group também anunciou na semana passada sua intenção de investir 2 bilhões de dólares na Intel, o que elevaria sua participação para 2%.

O presidente republicano busca atrair empresas para seu país impondo tarifas sobre os produtos importados.

© Agence France-Presse

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