Dezenas de indígenas maias guatemaltecos acionaram a justiça, nesta terça-feira (10), pelos massacres executados por militares durante a guerra civil (1960-1996), após uma sentença que suspendeu o julgamento por genocídio contra um general.
“Chega de impunidade”, disse o jornalista um representante dos sobreviventes, Eleodoro Flores, em frente à sede da Suprema Corte.
Os indígenas improvisaram um altar no chão com flores e velas. Os manifestantes reclamaram das sentenças judiciais específicas a ex-comandantes militares acusados de crimes contra a humanidade.
Em 28 de novembro, uma corte de apelações suspendeu um julgamento contra o reformado geral Benedicto Lucas García, de 92 anos, quando um tribunal estava prestes a proferir a sentença.
Lucas García foi levado a julgamento por sua suposta responsabilidade no massacre de mais de 1.200 indígenas entre 1978 e 1982, durante o governo de seu irmão, o presidente Romeo Lucas García, falecido em 2006 na Venezuela.
Além disso, no começo de novembro, outra sala de apelações suspendeu o início do julgamento contra oito militares reformados, entre eles Lucas García, acusados de desaparecimentos excluídos.
Ao final da cerimônia tradicional, advogados de familiares das vítimas apresentaram um recurso junto à Suprema Corte para apelar da sentença que suspendeu o julgamento por genocídio.
Segundo uma comissão auspiciada pela ONU, a guerra civil deixou cerca de 200 mil mortos e desaparecidos, a maioria praticada pelas mãos dos militares, que acusavam os indígenas de colaborar com a guerrilha de esquerda.
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