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Governo Trump quer intervenção direta em Columbia, diz jornal

Se a medida se concretizar, será uma escalada no cerco que a Casa Branca impõe contra a instituição de ensino, ameaça com corte de verbas federais se não reprimir protestos pró-Palestina

Redação Jornal de Brasília

10/04/2025 20h46

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Pessoas seguram cartazes ao chegarem para um protesto em apoio ao ativista estudantil da Universidade de Columbia, Mahmoud Khalil, durante uma audiência, do lado de fora do tribunal em Newark, Nova Jersey, em 28 de março de 2025. (Foto de kena betancur / AFP)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O governo Trump busca colocar a Universidade Columbia sob intervenção direta por meio de um mecanismo jurídico conhecido como decreto de consentimento, segundo relatou nesta quinta-feira (10) o jornal The Wall Street Journal.

Se a medida se concretizar, será uma escalada no cerco que a Casa Branca impõe contra a instituição de ensino, ameaça com corte de verbas federais se não reprimir protestos pró-Palestina considerados antissemitas pelo governo.

Um decreto de consentimento é um tipo de intervenção que dá poder a um juiz para avaliar se uma instituição está cumprindo com os termos de um acordo negociado com o governo federal. Se esse magistrado avaliar que não está, a universidade pode ser punida com multas pesadas.

Em março, após perder US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões) em recursos federais, Columbia cedeu e concordou com uma série de medidas exigidas pelo governo Trump, como permitir detenções no campus da instituição e a retirada do corpo docente do controle do departamento que oferece cursos sobre o Oriente Médio. Também concordou com expulsar alunos e cancelar diplomas de discentes que participaram dos protestos pró-Palestina.

Entretanto, as negociações para o retorno da verba continuam, e a Casa Branca deve fazer novas exigências -entre elas, a intervenção por meio do decreto de consentimento, que, como o nome sugere, só passa a valer se a universidade concordar com sua imposição.

Se isso não acontecer, é possível que Columbia tente judicializar a questão, o que forçaria o governo Trump a provar na Justiça que um decreto de consentimento é necessário. Entretanto, analistas avaliam que a universidade busca recuperar a verba o mais rápido possível para evitar ter que fechar programas e iniciativas financiadas pelo governo -por isso, não deve procurar uma solução jurídica.

Segundo o Wall Street Journal, ainda não se sabe quanto tempo o decreto duraria e que outras exigências o governo Trump deve fazer. O jornal disse que a equipe do Departamento de Justiça que lida com o caso considera Columbia um “ator de má-fé” sem disposição para fazer as mudanças exigidas pelo governo.

Columbia esteve no centro dos protestos pró-Palestina dos últimos dois anos, razão pela qual entrou na mira do presidente desde sua posse, em janeiro. Alinhado a Israel, Donald Trump considera que essas manifestações são antissemitas e tem pressionado para que que as universidades as reprimam.

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