Os governadores se reuniram esta madrugada em caráter de emergência em Cochabamba para analisar a aprovação do projeto constitucional, que para eles foi unilateral e antidemocrática, confirmou o porta-voz do governo regional, Erick Fajardo.
Os governadores se encontraram na madrugada para evitar possíveis fustigações de setores sociais leais ao Governo. Nas próximas horas, eles devem divulgar um documento com detalhes de suas posições, segundo Fajardo.
O encontro teve a presença dos governadores de Cochabamba, Manfred Reyes Villa; de Santa Cruz, Rubén Costas; de Tarija, Mario Cossío; de Beni, Ernesto Suárez; e de Pando, Leopoldo Fernández.
O porta-voz do governo de Cochabamba antecipou à imprensa que, para os governadores, o projeto aprovado é nulo de pleno direito e não cabe discuti-lo porque não tem existência jurídica.
Nas próximas horas, os governadores devem se reunir com líderes comunitários dos cinco departamentos para definir ações de rejeição ao texto constitucional ratificado no domingo em Oruro.
O projeto foi aprovado pela Assembléia Constituinte, artigo por artigo, à revelia do principal partido da oposição, a aliança conservadora Poder Democrático e Social (Podemos), que o rechaçou alegando ilegalidades e atropelos cometidos no processo.
A nova Constituição tem 411 artigos, que foram lidos em cinco blocos temáticos e depois votados a mão erguida e quase sem debate.
O documento ainda deve ser ratificado em referendo popular.
O líder do Podemos e ex-presidente da Bolívia entre 2001 e 2002, Jorge Quiroga, antecipou no domingo que seu partido vai recorrer a todas as instâncias necessárias para denunciar a forma de aprovação do texto constitucional.
Uma greve de fome iniciada há uma semana contra Morales já teria a adesão de 945 pessoas em Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando, informaram hoje diversas fontes.
Governadores da oposição rejeitam Constituição aprovada da Bolívia
Arquivo Geral
10/12/2007 0h00
