O júri popular da Audiência Provincial de Sankt Pölten, ao oeste de Viena, declarou Fritzl de forma unânime culpado pela morte de um dos sete filhos fruto das relações incestuosas com a filha Elisabeth, à qual manteve trancada durante 24 anos no porão de casa.
O aposentado de 73 anos era acusado de assassinato por omissão de socorro, escravidão, violação, suborno grave, cárcere privado e incesto.
Antes de sair a sentença, Fritzl se disse arrependido do que fez à família, ao ser perguntado pela juíza que dirige o caso se tinha algo mais a dizer.
“Não posso mais fazer nada para consertar o que aconteceu, apenas diminuir os danos”, concluiu o réu com a voz embargada, antes que o júri se retirasse para decidir se o declarava culpado ou inocente das acusações contra ele.
Christiane Burkheiser, a jovem promotora responsável pelo caso, insistiu ao júri em que, para considerar o réu culpado de assassinato, não é necessário que este desejasse a morte de Michael, um dos filhos que teve com Elisabeth, mas simplesmente que isso lhe fosse “indiferente”.
Burkheiser pediu ao júri para que não se deixasse enganar pela confissão de culpa que Fritzl fez ontem, mudando assim sua declaração inicial de “inocente” das acusações de assassinato e cárcere privado.
O advogado de Fritzl, Rudolf Mayer, acusou a Promotoria de apelar para os sentimentos e não para os fatos, insistindo na sinceridade da confissão de seu cliente.
Mayer disse que a decisão pela confissão foi tomada na terça-feira, após Fritzl ver o vídeo com o testemunho incriminativo de Elisabeth e que, ao perceber que a vítima estava presente, o acusado cedeu.