A França vai impor toque de recolher noturno, nesta terça-feira (17), na ilha de Mayotte, no Oceano Índico, território francês devastado por um ciclone que pode ter deixado centenas de mortos, anunciou o Ministério do Interior.
O ciclone Chido, que varreu a ilha e o arquipélago vizinho no domingo, deixou pelo menos 22 mortos e 1.373 feridos, segundo o balanço provisório publicado nesta terça-feira à noite pelo Ministério do Interior.
Contudo, o balanço definitivo “ainda não foi estabelecido”, esclareceu o primeiro-ministro francês, François Bayrou, ao Parlamento.
As autoridades temem que haja centenas de outras vítimas, possivelmente milhares, um número que só poderá ser confirmado nos próximos dias, quando forem retirados os escombros e as rodovias forem desobstruídas.
O toque de recolher será adotado das 22h às 04h como medida de segurança para impedir saques, segundo o ministério.
O presidente francês, Emmanuel Macron, chefiou, na noite de segunda, uma reunião de crise na qual qualificou a situação como uma “tragédia”.
Segundo a presidência francesa, Macron viajará a Mayotte na quinta-feira, um dia após participar da cúpula da UE em Bruxelas.
O ministro do Interior, Bruno Retailleau, o funcionário de maior escalão do governo a visitar a ilha após o ciclone, disse que Mayotte está “completamente devastada”, com 70% dos seus habitantes afetados.
“O balanço será alto, muito alto”, alertou Retailleau.
Ele anunciou que nos próximos dias devem chegar 400 policiais para reforçar os 1.600 guardas e policiais já presentes no território, mas esclareceu que até o momento não houve saques.
O ciclone Chido é o mais recente de uma série de tempestades provocadas pela mudança climática no mundo, dizem os especialistas.
Mayotte é a região mais pobre da França, com um terço da população habitando áreas precárias.
Em Moçambique, Chido deixou pelo menos 34 mortos, anunciou nesta terça-feira o Instituto Nacional de Gestão de Riscos e Desastres.
© Agence France-Presse