A principal empresa alimentícia privada da Venezuela, visit ameaçada de desapropriação pelo presidente Hugo Chávez, que a acusa de burlar normas estatais de produção e comercialização, disse hoje que “sempre cumpriu as leis”.
“Na Alimentos Polar sempre cumprimos as leis e assim seguiremos fazendo”, disse a companhia em nota respondendo as ameaças de Chávez.
“Sustentamos que a forma de aumentar o nível da segurança alimentar na Venezuela é através do diálogo e da estreita colaboração entre o Governo Nacional, os produtores agrícolas, a agroindústria, o comércio e os consumidores”, acrescenta a nota da Alimentos Polar.
“Se ficarem de brincadeira (…), os expropriaremos (…); se nós pudéssemos expropriar todas as fábricas da Polar (…); as expropriaríamos e pagaríamos com uns bônus”, ameaçou Chávez ao anunciar paralelamente a ordem de tomar também as fábricas da americana Cargill.
“Eles compram o arroz por menos de um bolívar (US$ 0,46) ao quilo dos produtores, que nós subsidiamos (…) não dão nem uma gota, o que fazem é limpar o arroz, empacotá-lo, e vendê-lo a 4,5 bolívares (US$ 2,07)”, o dobro do preço regulado, acusou Chávez.
Chávez confirmou a nacionalização da Polar horas após a empresa recorrer à Corte Suprema de Justiça contra a medida oficial executada no sábado passado de “ocupação temporária por 90 dias” de uma de suas processadoras de arroz.
A intervenção dessa fábrica, no estado de Guárico, foi ordenada com o argumento de que somente 10% de sua produção se destinavam à apresentação do arroz com preço regulado, enquanto os 90% restantes eram empacotados como “arroz especial”, com preço livre, pelo qual cobravam o dobro do preço imposto pelo Governo.