Menu
Mundo

Familiares de dois trinitinos supostamente falecidos em ataque dos EUA interpelam autoridades

O ministro das Relações Exteriores do país, Sean Sobers, colocou em dúvida as mortes. “Eles podem estar desaparecidos

Redação Jornal de Brasília

29/10/2025 20h52

Bandeira dos EUA

Foto: Reprodução/X

Familiares de dois cidadãos de Trinidad e Tobago supostamente mortos em uma lancha bombardeada pelos Estados Unidos em 18 de outubro pedem respostas e a realização de buscas às autoridades locais, que se recusam a confirmar os óbitos.

As famílias de Chad Joseph, de 26 anos, e Rishi Samaroo, de 41, realizaram seus funerais na semana passada. Elas afirmam ter falado com as vítimas antes de que embarcassem no Caribe.

As autoridades trinitinas ainda não confirmaram que dois de seus cidadãos estão entre os seis mortos nesse ataque. A polícia local informou à AFP que o caso está sob investigação.

“Não houve nenhum contato com as autoridades. Ninguém falou conosco. Se o ministro afirma que os dois homens estão desaparecidos, então deveria procurá-los, organizar uma equipe de busca”, declarou à AFP Sallycar Korasingh, de 31 anos, irmã de Samaroo.

Sua mãe, Zorina Samaroo, de 60 anos, contou à AFP que, ao tentar registrar uma queixa em uma delegacia na semana passada, o pedido foi recusado sob o argumento de que o incidente ocorreu em águas internacionais.

O ministro das Relações Exteriores do país, Sean Sobers, colocou em dúvida as mortes. “Eles podem estar desaparecidos. Não sabemos se estão mortos. Não sabemos se eram as pessoas que estavam nos barcos supostamente destruídos”, afirmou no domingo, em entrevista coletiva.

“Na ausência de provas, o melhor a fazer é registrar o desaparecimento na polícia”, acrescentou.

A tia de Chad Joseph, Lynette Burnely, de 53 anos, criticou a falta de transparência. “Se o ministro diz essas coisas, então por que o barco foi bombardeado? Se ele tem essa informação, por que não a compartilha conosco?”, questionou em entrevista à AFP.

Pelo menos 57 pessoas morreram nos 14 ataques realizados pelos Estados Unidos no Pacífico e no Caribe durante sua atual operação antidrogas.

A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, alinhada ao discurso do presidente Donald Trump, tem confrontado Caracas nas últimas semanas, em meio à escalada de tensões após receber um navio de guerra americano para exercícios militares.

Analistas apontam que as autoridades trinitinas evitam reconhecer as mortes para não se posicionar sobre os bombardeios de Washington, criticados internacionalmente.

© Agence France-Presse

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado