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Ex-assessor que escreveu livro crítico a Trump vira alvo de batida do FBI

A alegação foi a de que ele teria documentos confidenciais, mas amigos de Bolton afirmam que ele está escrevendo um livro

Redação Jornal de Brasília

22/08/2025 20h34

john bolton (1)

Jesus Hellin/Getty Images

Washington, 22 – O FBI realizou uma operação de busca e apreensão nesta sexta-feira, 22, na casa e no escritório do ex-assessor de Segurança Nacional John Bolton, que atuou no primeiro mandato de Donald Trump, mas se tornou um crítico do presidente. A alegação foi a de que ele teria documentos confidenciais, mas amigos de Bolton afirmam que ele está escrevendo um livro e temem que o objetivo da ação seja apreender os manuscritos.

Questionado sobre a presença do FBI na casa de Bolton em Maryland e em seu escritório, em Washington, um representante do Departamento de Justiça disse que os agentes estavam “conduzindo atividades autorizadas pela Justiça”.

A cena de agentes federais dando uma batida na casa de um importante crítico de Trump levantou preocupações sobre até que ponto o presidente estaria usando a máquina para perseguir críticos e inimigos. Bolton não foi detido ou acusado de qualquer crime. Sua defesa não comentou o caso.

No fim do primeiro governo de Trump, em 2020, o Departamento de Justiça tentou impedir Bolton de publicar seu livro The Room Where It Happened: A White House Memoir (A sala onde tudo aconteceu: Memórias da Casa Branca, em tradução livre). A Casa Branca argumentou que Bolton não havia esperado pela revisão de segurança nacional de seu manuscrito, o que ele negou. O juiz então rejeitou o argumento do governo. O livro foi publicado e se converteu em um dos relatos mais detalhados e danosos do primeiro mandato de Trump. Bolton descreveu o que chamou de repetidos casos de corrupção e “obstrução”.

Autoridades que falaram sob condição de anonimato ao Washington Post disseram que a atual investigação se concentra em alegações que o Departamento de Justiça apresentou naquela época. Outra pessoa familiarizada com o caso disse que seu escopo vai além, para incluir acusações mais antigas de que Bolton havia vazado material confidencial para a imprensa e outros setores, na tentativa de prejudicar Trump.

Não está claro quais evidências o Departamento de Justiça citou para convencer um juiz federal a assinar o mandado de busca ou qual seria a culpa de Bolton.

Críticas

Segundo o New York Times, em casos de longa duração, uma batida na casa de um suspeito pode representar uma das etapas finais do processo para determinar se as evidências físicas correspondem ao que foi coletado pelos investigadores por outros meios, como análises de dados na nuvem de um celular.

De qualquer forma, as buscas são a demonstração mais significativa de uma ação do Departamento de Justiça contra um inimigo do presidente e ocorrem em meio a outras medidas semelhantes.

Bolton critica frequentemente o presidente americano. Uma das primeiras ações de Trump ao retornar ao cargo foi retirar a proteção que ele tinha. Nos últimos dias, o ex-aliado vinha criticando a forma como Trump conduziu as negociações com Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia. Trump negou ter conhecimento prévio da operação de ontem.

Estadão Conteúdo

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