Autoridades dos Estados Unidos retiraram o visto do prefeito da cidade de San Luis Río Colorado, localizada no estado de Sonora, norte do México, informou o próprio funcionário.
Esta é a terceira autoridade eleita do México que teve o documento migratório cancelado, após os casos da governadora do estado da Baixa Califórnia, Marina del Pilar Ávila, em maio, e do prefeito de Nogales (Sonora), Juan Francisco Gim, em agosto.
Os três políticos são filiados ao Morena, partido da presidente do México, Claudia Sheinbaum, e governam demarcações fronteiriças com os Estados Unidos.
O prefeito César Sandoval disse que soube do cancelamento quando tentava cruzar para a cidade americana de Yuma, no Arizona, para a assinatura de um acordo de colaboração.
“No momento de atravessar, fomos encaminhados à segunda inspeção para verificar meu visto, e ele foi efetivamente retirado”, contou o funcionário, em um vídeo divulgado pelo veículo local Grupo Fórmula. Segundo Sandoval, as autoridades americanas argumentaram que o cancelamento ocorreu “por uma questão administrativa”.
Investigações jornalísticas no México e nos Estados Unidos apontam que a restrição do visto seria um alerta de Washington, diante de supostos vínculos de autoridades mexicanas com o crime organizado.
Segundo as leis americanas, os expedientes de vistos de estrangeiros são documentos confidenciais, razão pela qual as autoridades migratórias não dão detalhes sobre qualquer assunto relacionado a eles.
“Não existe neste momento nem em outros nenhuma investigação [criminal] contra mim, nenhuma investigação, tanto no México quanto no exterior”, acrescentou Sandoval.
Nos últimos meses, o governo americano revisou os vistos de músicos mexicanos famosos, como Grupo Firme, Julión Álvarez e Lorenzo de Monteclaro. Em abril, os Estados Unidos cancelaram o visto dos integrantes do grupo musical Los Alegres del Barranco, acusados de “glorificar” em seus shows a figura do chefe do narcotráfico Nemesio Oseguera, conhecido como El Mencho, líder do Cartel Jalisco Nova Geração, considerado uma “organização terrorista estrangeira” por Washington.
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