Duas empresas de segurança marítima sugeriram, nesta sexta-feira (14), que o Irã poderia estar envolvido na captura de um petroleiro que mudou repentinamente de rota em direção ao litoral da República Islâmica.
A embarcação havia partido de Ajman, nos Emirados Árabes Unidos, com destino a Singapura.
Ellie Shafik, da Vanguard Tech, declarou à AFP que o Talara foi interceptado pela Guarda Revolucionária de Teerã e detido. “Não está claro por quê”, acrescentou.
“É provável que o Irã apresente isto como uma ação ordenada judicialmente e baseada na lei, ocultando o que poderia ser simplesmente uma apreensão estratégica”, continuou. O Irã ainda não reagiu ao incidente.
A Marinha dos Estados Unidos afirmou, por sua vez, estar monitorando a situação. “Os navios comerciais têm o direito de navegar e comerciar em águas internacionais sem restrições”, afirmou a Quinta Frota dos Estados Unidos, que patrulha a região.
A embarcação, com bandeira das Ilhas Marshall, seguia para o sul através do estreito de Ormuz quando foi abordada por três pequenos barcos, indicou, por sua vez, a empresa de segurança marítima Ambrey, acrescentando que então realizou uma “mudança repentina de rota”.
Outra companhia do mesmo setor, Neptune P2P Group, afirmou que o navio foi capturado por “supostas forças iranianas” e que o incidente “parece ser o último de uma série de capturas ilegais de embarcações que transitaram pelo estreito de Ormuz e o golfo de Omã nos últimos anos, mas o primeiro desde a captura do navio mercante MSC ARIES em abril de 2024”.
Segundo a empresa, a Marinha da Guarda Revolucionária Islâmica geralmente “é responsável por este tipo de incidentes e é conhecida por usar este tipo de atividades para exercer pressão política na região”.
O estreito de Ormuz, uma importante via de transporte de petróleo e gás natural liquefeito, já foi palco de incidentes semelhantes no passado.
Em 2024, a Guarda Revolucionária iraniana confiscou um navio porta-contêineres alegando que tinha vínculos israelenses, após um ataque mortal contra o consulado iraniano na Síria que foi atribuído a Israel.
AFP