Menu
Mundo

Em alta após eleições da UE, Giorgia Meloni abre cúpula do G7 na Itália

A principal sessão do dia é dedicada à Ucrânia, na parte da tarde, com a participação do primeiro convidado, o presidente Volodimir Zelenski

Redação Jornal de Brasília

13/06/2024 10h58

Foto: AFP

MICHELE OLIVEIRA
PUGLIA, ITÁLIA (FOLHAPRESS)

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, abriu na manhã desta quinta-feira (13) os trabalhos da reunião de cúpula do G7, que ocorre até sábado (15) em Borgo Egnazia, na Puglia, no sul. Sorridente, Meloni acolheu um a um os líderes dos sete países do grupo, que representam algumas das economias mais ricas do mundo, por volta das 11h (6h de Brasília).

Além de Joe Biden (Estados Unidos) -que chegou com 20 minutos de atraso-, Emmanuel Macron (França), Olaf Scholz (Alemanha), Rishi Sunak (Reino Unido), Fumio Kishida (Japão) e Justin Trudeau (Canadá), foram recebidos pela primeira-ministra os presidentes das instituições europeias Ursula Von der Leyen e Charles Michel.

As primeiras sessões desta quinta incluíram debates sobre o continente africano -um dos assuntos elencados como prioritários pela presidência italiana-, mudança climática e desenvolvimento. Em seguida, viria o tema da guerra Israel-Hamas.

A principal sessão do dia é dedicada à Ucrânia, na parte da tarde, com a participação do primeiro convidado, o presidente Volodimir Zelenski.

Espera-se que os líderes formalizem a proposta americana de utilizar os bens russos congelados principalmente em países da Europa como forma de viabilizar um novo aporte financeiro para Kiev. As conversas avançaram nas últimas horas, com o acerto de detalhes técnico-jurídicos, e a expectativa é de que o anúncio seja feito durante a cúpula e que conste do documento final.

“O G7 assumiu um papel insubstituível na gestão das crises globais, especialmente aqueles que põem em perigo liberdade e democracia”, disse Meloni ao iniciar a sessão.

Na sexta (14), outros líderes participam do encontro, como o papa Francisco e os presidentes do Brasil, Índia e Turquia -respectivamente, Luiz Inácio Lula da Silva, Narendra Modi e Recep Tayyip Erdogan. A sessão será principalmente sobre inteligência artificial, energia, África e Mediterrâneo. Segundo o Itamaraty, a fala de Lula deverá espelhar temas da presidência brasileira do G20, como o combate à fome.

Ainda no discurso de abertura, Meloni afirmou que uma prioridade italiana é valorizar o diálogo com todos. “O G7 não é uma fortaleza fechada em si mesma, que deve se defender de alguém. É uma oferta de valores que nós abrimos ao mundo para ter como objetivo um desenvolvimento compartilhado”, disse.

Além do ápice que representa a reunião de cúpula para o esforço de pragmatismo internacional de Meloni, ela também recebe os líderes em bom momento político, após o desempenho nas eleições para o Parlamento Europeu.

O partido da primeira-ministra ficou com 28,8% dos votos na Itália, pouco acima do percentual obtido em 2022, quando foi eleita. Nos cumprimentos cerimoniais desta manhã, seu sorriso era um contraste evidente com o ar sóbrio de Macron, cujo partido recebeu a metade dos votos da oposicionista Marine Le Pen.

Outro europeu derrotado foi o alemão Scholz, que amargou um terceiro lugar. Fora da União Europeia, Sunak também deve enfrentar um revés eleitoral quando o Reino Unido for às urnas, em 4 de julho.

“A Itália se apresenta no G7 e na Europa com o governo mais forte de todos. É uma satisfação, mas também uma responsabilidade”, disse a italiana ao comemorar os resultados, no domingo.

Longe das câmeras, os bastidores da conversas sobre o documento final esbarraram em um ponto de desencontro entre Roma, Paris e Berlim.

Segundo a imprensa italiana, diplomatas da França e da Alemanha acusam a Itália de ter atuado para retirar do rascunho do documento final uma referência ao acesso ao aborto seguro e legal. O governo Meloni desmentiu e disse que as negociações sobre o texto final estão andamento.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado