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Egito diz que diálogo Fatah-Hamas busca acordo para dar controle total de Gaza à Autoridade Palestina

“Duas delegações dos movimentos Fatah e Hamas estão no Cairo consultando e deliberando para chegar rapidamente a um acordo mútuo sobre a gestão dos assuntos cotidianos na Faixa de Gaza sob o controle total da Autoridade Palestina”, declarou o ministro das Relações Exteriores

Redação Jornal de Brasília

02/12/2024 13h03

Foto: AFP

Delegações das facções palestinas do Fatah e dos islâmicos do Hamas estão reunidas no Cairo para alcançar um acordo para pôr Gaza “sob controle total” da Autoridade Palestina após o fim da guerra com Israel, anunciou o ministro das Relações Exteriores do Egito nesta segunda-feira (2).

Hamas e Fatah são adversários ferozes e, em 2007, travaram uma guerra após a qual os islamitas assumiram o controle de Gaza.

A secular Fatah é uma força predominante na Autoridade Palestina (AP), liderada por Mahmud Abbas, que administra parcialmente partes da Cisjordânia, um território ocupado por Israel.

“Duas delegações dos movimentos Fatah e Hamas estão no Cairo deliberando para chegar rapidamente a um acordo sobre a gestão dos assuntos cotidianos na Faixa de Gaza sob o controle total da Autoridade Palestina”, declarou o ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, em uma coletiva de imprensa no Cairo.

O Hamas está em guerra com Israel em Gaza desde que milicianos islâmicos lançaram uma incursão no sul de Israel a partir do território palestino, que deixou 1.208 mortos, no dia 7 de outubro de 2023.

Durante o ataque em Israel, os comandos islâmicos sequestraram 251 pessoas, 97 das quais ainda são mantidas em cativeiro em Gaza, mas o exército israelense estima que 34 foram mortos.

A campanha militar lançada em represália por Israel deixou até agora 44.466 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, subordinado ao governo do Hamas.

Abdelatty declarou que a Autoridade Palestina deve ter “plenos poderes para assumir a responsabilidade pelas questões de forma clara e abrangente após o fim da ocupação israelense”.

– “A fome é picante” –

A questão de quem governará a Faixa de Gaza após o fim da guerra tem sido alvo de muitos debates desde o início do conflito que devastou este pequeno território palestino, onde vive 2,4 milhões de habitantes.

Os palestinos insistem em que são eles que devem decidir o futuro de Gaza e rejeitam qualquer intervenção estrangeira.

As autoridades israelenses afirmam que não têm intenção de governar Gaza, mas se opõem ao retorno do Hamas ao poder.

Dois altos comandantes do Hamas afirmaram mais cedo que uma delegação do movimento manteve conversas sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza com os serviços de inteligência egípcios no Cairo.

Após o ataque de 7 de outubro de 2023, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas e logo depois intensificou o cerco ao território, provocando uma grave crise humanitária.

Nesta segunda-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a situação em Gaza como “assustadora e apocalíptica” e alertou que as condições enfrentadas pelos palestinos no território podem constituir “crimes internacionais dos mais graves”.

Guterres invejou estas declarações para serem lidas em seu nome durante uma conferência realizada no Cairo para aumentar o volume de ajuda humanitária enviada a Gaza.

O chefe da ONU instruiu a comunidade internacional a “construir uma base para uma paz sustentável em Gaza e em todo o Oriente Médio”.

“A desnutrição é galopante… A fome é iminente. Enquanto isso, o sistema de saúde entrou em colapso”, alertou o secretário-geral das Nações Unidas.

Guterres destacou que Gaza tem agora “o maior número de crianças amputadas per capita em todo o mundo”, com “muitas perdendo extremidades e se submetendo a cirurgias sem anestesia”.

© Agence France-Presse

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