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Doze países formam coalizão para apoiar financeiramente a Autoridade Palestina

Grupo, que inclui França, Reino Unido e Arábia Saudita, promete US$ 170 milhões após Israel reter rendimentos fiscais em meio à guerra em Gaza

Redação Jornal de Brasília

26/09/2025 17h49

Foto: AFP

Foto: AFP

Doze países, incluindo Espanha, Reino Unido, França, Japão e Arábia Saudita, anunciaram nesta sexta-feira (26) uma nova coalizão para financiar os cofres da Autoridade Palestina, com problemas de liquidez porque Israel retém seus rendimentos fiscais.

A Coalizão de Emergência para a Sustentabilidade Financeira da Autoridade Palestina “foi estabelecida em resposta à urgente e inédita crise financeira” enfrentada pela Autoridade Palestina, indicou em um comunicado o Ministério das Relações Exteriores da Espanha.

A iniciativa busca estabilizar as finanças da Autoridade, localizada em Ramallah, preservar sua capacidade de governar, fornecer serviços essenciais e manter a segurança, “todos elementos indispensáveis para a estabilidade regional e para preservar a solução de dois Estados”, aponta o comunicado.

O texto, em inglês, menciona as “significativas contribuições financeiras” anteriores e defende um “apoio sustentado” por parte da coalizão, sem especificar quantias nem países.

Bélgica, Dinamarca, Islândia, Irlanda, Noruega, Eslovênia e Suíça também fazem parte do grupo.

O gabinete do primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, afirmou que os doadores prometeram pelo menos 170 milhões de dólares (908,4 milhões de reais) para financiar a Autoridade Palestina.

A Arábia Saudita fornecerá 90 milhões de dólares (480,9 milhões de reais), segundo meios estatais, que citaram o chanceler, príncipe Faisal bin Farhan.

O comunicado indica que os países vão trabalhar com instituições financeiras internacionais e outros parceiros “para mobilizar recursos, apoiar a governança e as reformas econômicas atuais e garantir total transparência e responsabilidade”.

Israel arrecada rendimentos fiscais em nome da Autoridade Palestina, segundo o Protocolo de Paris de 1994.

Mas desde que estourou a guerra de Gaza em outubro de 2023, Israel tem retido rendimentos fiscais da Autoridade Palestina, que afirma que serviços básicos como saúde e educação se deterioraram e que a pobreza disparou.

Israel alega que parte do dinheiro que retém destina-se a cobrir custos como a eletricidade que vende aos palestinos.

No entanto, o ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich (extrema direita), deixou de transferir o dinheiro à Autoridade Palestina há quatro meses e disse que queria que o governo palestino colapsasse através de um “estrangulamento econômico”, impedindo assim a criação de um Estado da Palestina.

“Os ministros exigem que Israel liberte imediatamente todos os rendimentos fiscais palestinos e pare qualquer medida que obstrua ou enfraqueça a Autoridade Palestina ou a coloque em risco de colapso”, aponta o comunicado da coalizão.

O anúncio coincidiu com a decisão de aliados tradicionais de Israel, como França e Reino Unido, de reconhecerem o Estado da Palestina na Assembleia Geral da ONU esta semana em Nova York.

© Agence France-Presse

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